O treinador do Chelsea, Thomas Tuchel, criticou hoje os adeptos que cantaram o nome de Roman Abramovich, milionário russo que vai vender o clube de futebol, durante o minuto de aplauso pelo povo ucraniano.

Alguns adeptos dos ‘blues’, campeões europeus e mundiais em título, aproveitaram o minuto de aplauso antes do arranque do Burnley-Chelsea para entoar o nome de Abramovich, que comprou o clube em 2003 e o transformou num dos grandes nomes do futebol europeu, anunciando agora que o vai vender por medo das sanções financeiras que no Ocidente se preparam para afetar oligarcas russos.

“Não era o tempo para o fazer. Se queremos mostrar a nossa solidariedade, façamo-lo todos juntos”, criticou o técnico, após a partida.

Tuchel considerou que os adeptos “precisavam de se ter juntado ao aplauso” pelo povo ucraniano, dada a investida militar russa naquele país, até porque “é tempo de mostrar respeito” e não passar uma mensagem sobre o dono dos londrinos.

O Reino Unido impôs sanções a apenas alguns oligarcas russos acusados de ligações com o Kremlin que possuem ativos no país, estando sob pressão para adicionar mais nomes, incluindo o do ainda proprietário do Chelsea, que anunciou na quarta-feira planos para vender o clube e que tem propriedades no valor de milhões de libras.

Abramovich, de 55 anos, é dono do Chelsea desde 2003 e garantiu na quinta-feira que este processo de venda “seguirá o processo devido e não será acelerado”, e não vai exigir o pagamento de “quaisquer empréstimos”, ou seja, dinheiro que colocou no clube.

Em 26 de fevereiro, o empresário, que desde abril também tem a nacionalidade portuguesa, já tinha confiado a liderança do emblema inglês aos administradores da fundação de caridade do clube.

A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.