Depois de bater o Rio Ave por 4-2, com golos de Nani (30’), Montero (59’), João Mário (67’) e Tanaka (90’) - Del Valle (39’) e Hassan (68’) reduziram para os visitantes -, o Sporting fechou a primeira volta do campeonato (17.ª jornada) com a melhor série de resultados da época e no terceiro lugar do campeonato.

Mas teve de suar para tal perante um Rio Ave que não só tem uma boa ideia de jogo como a consegue colocar em prática, seja com mais ou com menos eficácia.

O Estádio de Alvalade viu um Sporting adormecido – que voltava a apresentar a equipa mais rodada para esta partida da liga, com as exceções de Adrian e Maurício (foram substituídos por André Martins e Tobias Figueiredo, em estreia na liga) - aparecer para jogar a primeira parte. O Rio Ave apenas fez o que lhe competia: aguardava por oportunidades.

Como Marco Silva disse no final do encontro, foi “uma primeira parte jogada de forma um pouco lenta”, sendo que os dois golos foram aquilo que de melhor se viu em todo o primeiro tempo.

O Rio Ave foi uma equipa que se apresentou igual a si própria, com Wakaso e Del Valle a assumirem a titularidade em detrimento de Pedro Moreira e Bressan. A formação orientada por Pedro Martins procurava tapar os espaços no seu meio campo (jogadores sempre muito próximos uns dos outros) e recuperar a bola para sair em contra-ataques que tinham tanto de bem delineados como de venenosos.

Os primeiros 45 minutos foram disputados de forma aplicada por ambas as equipas com poucas perdas de bola. Ambas as equipas tinham a cabeça em campo, mas desconfiavam mais do outro do que confiavam nas suas qualidades. As cautelas apenas deixaram de existir esporadicamente, como foram exemplos os dois golos (um para cada lado).

Nani converteu o penálti (muito contestado pelos vila-condenses) que abriu o marcador e nove minutos depois Del Valle mostrou que o Rio Ave trazia o depósito cheio de confiança de Vila do Conde. O venezuelano foi “vítima” de um contragolpe perfeito: Ukra conduziu e Del Valle marcou, pondo termo a mais 540 minutos (seis jogos) de imbatibilidade do Sporting.

Não o fez sem antes correr o meio campo todo e finalizar com calma. O conjunto vila-condense tornou-se então mais atrevido e chegou a tentar a reviravolta. Sem efeito porque o quarto trinfo consecutivo na prova (oitavo jogo sem perder) foi uma questão de tempo.

A segunda parte, muito mais mexida nos primeiros 15 minutos do que em todo o primeiro tempo, começou com domínio avassalador do Sporting. Cássio poderia ter sido o homem do encontro se não tivesse acabado por sofrer quatro golos. O guardião brasileiro tirou o golo aos “verdes e brancos” em duas ocasiões e Lionn fez o mesmo ao desviar um bom cabeceamento de Tobias Figueiredo.

O segundo golo não foi apenas um prenúncio e tornou-se uma realidade quando Jefferson fez um grande “sprint”, e cruzou rasteiro para Montero encostar. Como não há duas sem três, João Mário apareceu em corrida vindo de trás e só teve de direccionar com a cabeça o centro irrepreensível de Nani. Aqui reclamem-se louros para o miúdo Gauld (estreia na primeira liga) que iniciou a jogada depois de ter tirado Ukra da frente com um toque de classe.

A reação dos nortenhos não se esperava mas fez-se sentir e teve o rosto de Hassan. O egípcio, com um remate portentoso após a bola ter sobrado para si, deu o mote para um reação que teve início mas foi travada ainda na sua juventude. Foram três as oportunidades claras num período em que o Sporting esmoreceu.

Diz o ditado que a melhor defesa é o ataque e Tanaka comprovou-o. O 4-2 surgiu num lance individual de grande recorte técnico do japonês depois de William Carvalho ter roubado a bola. Antes disso, o Rio Ave havia tido oportunidades para marcar (os “leões” também tiveram uma) e acabou por sofrer o tento que resolveu a partida, o terceiro em três jogos do nipónico.

O resultado pôs fim à tradição recente do Rio Ave que já não perdia em Alvalade há duas temporadas, embora Pedro Martins tivesse apontado baterias ao árbitro no final do encontro ao dizer que este “não esteve bem” no desenrolar de um “grande jogo de futebol, principalmente na segunda parte”.

O encontro que encerrou a 17.ª e última jornada da primeira volta, com seis golos, bateu o recorde da jornada mais produtiva: 33. O Sporting está agora no lugar mais baixo do pódio, a dez pontos do Benfica e a quatro do FC Porto.