"O futebol não é um ‘far west’ em que um xerife faz o que bem lhe apetece. Vivemos num estado de direito e o futebol não é um mundo à parte, não tem leis próprias", criticou Vítor Serpa.
Em causa está o alegado impedimento de a equipa de reportagem daquele diário desportivo trabalhar terça-feira no FC Porto-Sporting, à semelhança do que tem acontecido nas conferencias de imprensa e ‘super-flash’ de antevisão aos jogos dos ‘dragões’.
"Na sequência das cada vez maiores dificuldades que o FC Porto tem colocado aos nossos jornalistas, deparámo-nos com uma situação extrema que o clube não quis resolver. Deram-nos a desculpa absurda. Mandaram o funcionário do clube dizer que um jornalista de Lisboa acreditado para o jogo tinha levantado as credenciais às 10:30, quando a essa hora ele ainda estava em Lisboa", começou por contar.
Vítor Serpa disse que, “quando [os jornalistas] perguntaram pela assinatura de quem levantou as credenciais, havia apenas uma cruz na frente dos nomes da Bola, muito significativa".
"A única coisa que fizemos foi respeitar os milhares de leitores e dar toda a informação que seria de esperar. Naturalmente que A Bola vai recorrer a todas as instancias oficiais, incluindo judiciais, para que seja reposta pelo menos no canto do país a legalidade democrática", vincou.
Vítor Serpa diz que os profissionais do jornal chamaram as autoridades, "que não podem fazer muito nestas circunstâncias, limitando-se a tomar nota da ocorrência" e que nem a responsável da federação conseguiu desbloquear a situação: "É uma descriminação abominável e inaceitável".
O director de A Bola reconhece que ao longo dos anos o jornal tem sentido problemas com os três ‘grandes’, destacando o período de Vale e Azevedo no Benfica e, em menor escala, também com o Sporting, "um clube com maior sentido de urbanidade, civismo e cidadania".
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