A leitura do acórdão do julgamento do presidente da Académica, José Eduardo Simões, decorre ao princípio da tarde de hoje no Tribunal de Coimbra, encerrando um julgamento iniciado a 5 de Maio de 2010.
José Eduardo Simões é acusado da prática de crimes de corrupção por alegadamente ter recebido donativos de empreiteiros para o clube quando exercia as funções de director municipal da Administração do Território (DMAT) na Câmara de Coimbra, entre Março de 2003 e finais de 2005, altura em que desempenhou os cargos de vice-presidente da Académica, e de presidente, após a morte de João Moreno.
A acusação imputa-lhe a prática de 12 crimes, seis de corrupção passiva para acto ilícito, cinco de corrupção passiva para acto lícito e um de abuso de poder, no âmbito de três processos.
A eventual condenação de José Eduardo Simões poderá também causar danos à Académica, em virtude de a acusação, nos autos, requerer a perda a favor do Estado de 532 mil euros, referentes a donativos de sete empreiteiros contabilizados na investigação. Dois promotores imobiliários apenas, segundo os autos, entregaram-lhe montantes de 105 mil euros e de 290 mil euros.
De um empresário, cujo empreendimento imobiliário foi objecto de embargo e de diversos recursos para o tribunal por violação de normas urbanísticas, terá também beneficiado do aprovisionamento de uma conta pessoal numa dependência bancária em Oeiras, a partir da qual terá movimentado durante um ano um empréstimo de 3,6 milhões de euros, sem juros, para acorrer a encargos do clube.
Esse mesmo empresário, Emídio Mendes, alvo de inquérito por alegadas falsas declarações ao tribunal, terá colocado jogadores na Académica sem encargos, feito publicidade às suas empresas através do clube e envolveu-se na eleição de José Eduardo Simões para presidente da direcção, em 2005.
Entre os jogadores que terá colocado na Académica contam-se o avançado Marcel, vendido ao Benfica, bem como Roberto Brum, que jogou depois no Sporting de Braga.
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