O advogado de Marco Gonçalves não quer que haja dois pesos e duas medidas na justiça. Nelson Sousa, defensor do jogador do Canelas que no domingo agrediu o árbitro do encontro com o Rio Tinto, fez uma comparação entre as ações do seu cliente com as protagonizadas por João Vieira Pinto, na fase final do Campeonato do Mundo de futebol de 2002.
"Todos os dias há agressões, que toda a gente vê, e eu não vos vejo a fazer disso a produção que estão a fazer disto. Vou dizer-vos uma coisa muito simples: nós temos alguém, que tem um cargo de dirigente na Federação Portuguesa de Futebol, que numa fase final de um Campeonato do Mundo agrediu um árbitro. E todo o país o defendeu. E acho muito bem. Representava a Seleção, não era o Canelas", disse o advogado, à saída do Tribunal de Instrução Criminal do Porto, onde Marco Gonçalves conheceu as medidas de coação, pelo ato da véspera.
Nelson Sousa disse ainda, em declarações reproduzidas pelo Record, que estão a comunicação social está a empolar este caso, na procura de um bode expiatório.
"Foi algo desagradável e triste que aconteceu, é um facto. Mais triste do que ao arguido foi o que aconteceu a um árbitro de futebol. Agora, é de lamentar é o que estão a empolar isto, porque parece que querem fazer dele um bode expiatório de tudo o que acontece no futebol português", reforçou.
O advogado de Marco Gonçalves comentou ainda as posições assumidas por diversas entidades que pedem uma punição exemplar para o jogador do Canelas 2010.
"Tem de ser punidas exemplarmente, se forem jogadores do Canelas ou que tenham ligações aos Super Dragões? Porque se nós virmos, como já vimos, imagens de pessoas com um pau a bater num carro atrás de um árbitro.... Vocês deram cobertura a essa notícia? Não vi. Falou-se na altura, nunca mais se falou. Portanto, tem de se acabar? Tem. Mas, é igual para todos. Não é só para uns...", concluiu.
Marco Gonçalves, jogador do Canelas que no domingo agrediu o árbitro José Rodrigues no encontro com o Rio Tinto, foi ouvido hoje no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, ficando proibido de contactar árbitros e frequentar recintos desportivos. O jogador vai ainda responder pelo crime de ofensa à integridade física qualificada, segundo informações prestadas pelo advogado Nélson Sousa à saída do tribunal.
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