Carlos Ferreira, advogado de César Boaventura, confirmou ao SAPO Desporto que Cássio, durante o julgamento do processo de difamação que envolveu o guarda-redes e o empresário, foi questionado sobre os alegados aliciamentos do Benfica e nada disse sobre o assunto, contrariando assim informações avançadas pelo semanário Expresso no início deste mês de que o jogador teria confirmado essa abordagem à Polícia Judiciária.

"O Cássio neste processo em Esposende, em que estava na qualidade de ofendido ou assistente e o César Boaventura arguido, que diz respeito a um crime de, alegadamente difamação, quando prestou declarações e lhe foi perguntado sobre essa matéria de aliciamentos não prestou quaisquer declarações", disse Carlos Ferreira, acrescentando.

"Este julgamento em Esposende começou em março e teve diversas sessões de julgamento. O Cássio foi ouvido numa dessas sessões, e na sessão em que foi ouvido quando lhe foram perguntados factos relativos a esse assunto dos aliciamentos o Cássio não falou nada", sublinhou.

O causídico salientou ainda que Cássio, assistente neste processo de difamação, só poderia dizer a verdade, caso contrário poderia incorrer num crime.

"O Cássio neste processo de Esposende, tendo a qualidade de assistente no processo, tinha de falar sob juramento. Se falar alguma coisa que não fosse verdade poderia, eventualmente, incorrer num crime de falsas declarações", atirou.

Carlos Ferreira fez questão ainda de frisar que este processo de Esposende nada tem a ver com um outro que envolve o jogo Feirense-Rio Ave, da época 2016/17, e do qual desapareceu um volume. O advogado adiantou que César Boaventura nada tem a ver com este processo.

"No outro processo em que está em causa o jogo Feirense-Rio Ave, e que o objeto é resultados combinados, o Cássio tem a qualidade de arguido. Esse processo não tem nada a ver com o César Boaventura. O César Boaventura não é ali arguido nem testemunha. Nunca foi ouvido em sede neste processo. O Cássio, tendo o estatuto de arguido, pode dizer o que entender, pode ficar em silêncio, pode negar factos e confirmar factos. Tudo o que disser não tem qualquer consequência em sede criminal para ele. Sendo mentira ou não, sendo verdade ou não, ele pode dizer o que entender porque está dentro do estatuado de arguido", disse, antes de concluir.

"O que eu entendo é que não estando o César Boaventura a ser investigado no âmbito desse processo Feirense-Rio Ave não faz qualquer sentido dizerem que o Cássio disse que houve tentativa de aliciamento ou aliciamento. O Cássio é que sabe o que disse ou o que é que não disse, mas não faz qualquer sentido neste processo dizer isso", concluiu.