O advogado Nuno Teodósio Oliveira anunciou hoje que não será recandidato a presidente da Académica, nas eleições agendadas para 11 de junho, na sequência da demissão da direção de José Eduardo Simões.

Derrotado há dois anos, por 15 votos, pelo presidente demissionário, Nuno Oliveira, que tinha concorrido pelo "Movimento Briosa 100% dos sócios", admitiu na quinta-feira passada, em Assembleia Geral Extraordinária, que estava disponível para avançar numa lista de convergência e não "numa perspetiva de conflito".

Nuno Oliveira foi o único sócio interveniente a assumir a possibilidade de avançar, na AG mais concorrida dos últimos anos, que reuniu 371 sócios, para analisar "a situação institucional e desportiva" do clube, embora outros sócios tivessem deixado a ideia de que existem candidaturas a serem preparadas.

"No final dessa reunião, foi surpreendido por um contacto do vice-presidente da mesa da Assembleia-Geral, que concorreu no âmbito do ‘Movimento Briosa 100% dos sócios’, que estava em formação uma lista para a direção", revelou o advogado, numa conferência de imprensa realizada ao início da tarde.

Nuno Oliveira disse que "está criada dessa forma uma rutura no "Movimento Briosa 100% dos sócios" e salientou que não tem nada a ver com a criação desse novo movimento.

"Fui completamente colocado de fora do novo movimento, mas é, seguramente, algo de diferente e distinto do que estava em causa há dois anos", frisou, referindo que não se revê na candidatura que está a ser preparada.

Para o advogado, "este era o momento de convergência e das pessoas, de uma vez por todas, enterrarem o ‘machado de guerra’ e perceberam que a Académica na situação de fragilidade em que está, não pode estar de novo sujeita a perspetivas sectárias ou de clivagens profundas na instituição".

"A Académica tem, neste momento, dificuldades de tesouraria a curto e médio prazo e quem quer que se arrogue a putativo candidato tem o dever e a obrigação de, perante os sócios, abrir o jogo e dizer quem são as pessoas, os apoios e quem está por detrás dessa candidatura", desafiou.

Caso tivesse avançado com uma candidatura de convergência, Nuno Oliveira disse que tinha um acordo com um clube para a transferência de um jogador da 'briosa', que iria permitir "um encaixe significativo imediato por um valor acima de mercado" referente a uma percentagem dos direitos económicos do seu passe.

A direção de José Eduardo Simões, que liderou a ‘Briosa’ nos últimos 13 anos e meio, demitiu-se no dia 09 de maio, dois dias depois do empate sem golos com o Sporting de Braga, que ditou a descida do clube de Coimbra à II Liga de futebol, após 14 épocas consecutivas no principal escalão.

O ato eleitoral para os órgãos sociais vai decorrer no dia 11 de junho, entre as 10:00 e as 22:00, no Pavilhão Jorge Anjinho, com 2.861 associados em condições de votar, sendo que as listas concorrentes deverão dar entrada na secretaria do clube até às 20:00 de sexta-feira.