Sem muito em jogo a não ser a honra e a defesa do último lugar do pódio que ocupa na tabela classificativa, foi natural ver o FC Porto entrar em campo sem grande inspiração nos minutos iniciais em Chaves. Mas os dragões acabaram por somar, com justiça e naturalidade, os três pontos de que precisavam para segurar o 3.º lugar na tabela.
A história do encontro, depois de uns minutos iniciais em que até Diogo Costa pareceu estar 'desligado' do jogo, ficou definida entre os 25 e os 30 minutos. Francisco Conceição abriu o marcador de forma sensacional na transformação de um livre a castigar uma falta de Junior Pius, defesa do Chaves que viu aí um primeiro cartão amarelo para, logo de seguida, ver o segundo e acabar expulso.
Em vantagem no marcador e em superioridade numérica, o FC Porto não mais sentiu a vitória ameaçada. Foi criando, amiúde, algumas oportunidades de golo, chegou ao 2-0 em cima do intervalo e fechou a contagem de penálti, já perto do quarto de hora final, somando três pontos tranquilos no terreno de um Chaves que está cada vez mais com a corda na garganta: com seis pontos em disputa, está a cinco do 16.º lugar...
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O jogo: Domínio total e triunfo tranquilo do FC Porto
Com inúmeras ausências, entre jogadores lesionados, castigados e proscritos, Sérgio Conceição voltou a apostar em Martim Fernandes para a lateral direita. Otávio e Zé Pedro formaram a dupla de centrais e na esquerda esteve João Mendes. Na frente, destaque para o regresso de Taremi à titularidade.
A primeira metade da primeira parte foi de total monotonia, apenas quebrada por um lance caricato logo aos 4 minutos em que Diogo Costa quase marcou um autogolo. A partir dos 20 minutos o FC Porto acelerou, enfim, um pouco e marcou aos 27, no tal livre superiormente marcado por Francisco Conceição, a fazer a bola a passar por entre a barreira flaviense e a entrar junto ao poste esquerdo. Logo a seguir, a expulsão de Pius, que tinha sido amarelado no lance do livre que deu origem ao golo e que praticamente no minuto seguinte teve uma entrada fora de tempo sobre Alan Varela, vendo nova cartolina amarela e a consequente vermelha.
A partir daí o domínio do FC Porto, face a um Chaves ainda mais inoperante, foi total, com os dragões a caminharem para um triunfo tranquilo. Tiveram um golo anulado aos 42 minutos, mas chegaram mesmo ao 2-0 antes do fim da primeira parte. Erro do Chaves quando tentava sair a jogar, Pepê ganhou a bola e passou para Taremi, o iraniano tocou de calcanhar para Evanilson e este, de pé direito, atirou a contar.
Tudo decidido à saída para os balneários e o FC Porto não precisou de fazer muito mais no segundo tempo. Ainda assim, chegou ao terceiro golo, na transformação de uma grande penalidade a castigar falta de Dário Essugo sobre Pepê. Taremi, na conversão do castigo máximo, não perdoou e fechou a contagem no dia em que viu confirmado publicamente que será jogador do Inter na próxima temporada, deixando como já se sabia o Dragão a custo zero.
O momento: Expulsão de Pius aos 28 minutos
O FC Porto tinha acabado de marcar, na transformação de um livre a castigar falta de Pius sobre Pepê. O jogador do Chaves viu um primeiro amarelo e pareceu descontrolar-se com esse lance, chegando mesmo a encostar a cabeça ao árbitro, o que lhe podia ter valido logo aí a cartolina vermelha.
Não a viu aí, viu-a no minuto seguinte. Talvez ainda com a 'cabeça quente', chegou tarde a um lance e teve uma entrada completamente fora de tempo com a qual acabou por pisar Alan Varela. O Chaves ficava reduzido a dez e o FC Porto com tudo à sua mercê para somar os três pontos.
A figura: Francisco Conceição a quebrar os registos do pai
Foi uma das histórias do encontro. Ao alinhar frente ao Chaves, Francisco Conceição chegou aos 90 jogos pela equipa principal do FC Porto, superando os 89 que o seu pai (e atual treinador) Sérgio disputou de dragão ao peito. E com o (grande) golo que marcou, Francisco Conceição igualou os 11 golos que Sérgio Conceição marcou pelos azuis e brancos.
O jovem extremo é, cada vez mais, uma das grandes figuras da atualidade do FC Porto e em Chaves, para além da forma fantástica como abriu o marcador, na superior transformação de um livre direto, foi responsável pela maior parte dos lances de perigo da sua equipa, sendo dos poucos que desde o início procurou impor alguma velocidade no encontro.
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