O FC Porto cumpriu a missão na receção ao Estrela da Amadora, da 22.ª jornada da I Liga, com um triunfo claro, que transbordou competência e permitiu a Otávio estrear-se. Controlo de todos os momentos do jogo permitiu uma vitória tranquila, que não teve outros números pela boa exibição do guarda-redes e da linha mais recuada dos amadorenses.
Com este triunfo os dragões ficam a quatro pontos de Benfica e Sporting, sendo que as águias têm menos um jogo e os leões dois.
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O jogo explicado
Sérgio Conceição apostou no 4-2-3-1 no qual a equipa fez as melhores exibições, com Pepê a ser um elemento fundamental no centro do terreno, permitindo unir meio-campo e ataque com uma destreza que tem vindo a ser trabalhada nos últimos meses. O onze foi perto do que tem sido nos últimos encontros, com apenas duas nuances devido a castigos: Zaidu (que se lesionou gravemente e deve ter terminado a época neste jogo) entrou para o lugar de Wendell e Otávio fez a estreia pelos dragões, substituindo Fábio Cardoso e demonstrando muita serenidade na resolução dos lances mais complicados.
Já Sérgio Vieira tinha equipa motivada pelo triunfo no último encontro e também só fez duas trocas, ambas na frente de ataque. Ronaldo Tavares entrou para o lugar de Rodrigo Pinho, enquanto André Luiz substituiu Ndo. O sistema escolhido foi o habitual 3-4-3, que em momento defensivo se tornava num 5-2-3 com linhas muito baixas para suster a pressão portista.
Desde cedo ficou patente o que seria o encontro: um FC Porto dominador a privilegiar a posse de bola e rápidas variações de flanco para apanhar a defesa adversária em contra pé, embora o último passe não tenha estado afinado, o que levou à criação de menos ocasiões de perigo do que o futebol praticado fazia prever.
Há dois jogos sem vencer, os dragões não perderam tempo e impuseram a sua lei desde os minutos iniciais. A insistência era muita, mas a boa organização adversária e a atenção de Brígido mantinham o resultado a zeros, até ao minuto 36.
Aí João Mário apanhou a bola a jeito dentro da área e rematou forte, mas a bola bateu num defesa e sobrou, caprichosamente, para os pés de Galeno que só teve de encostar e tornou fácil o que poderia ter sido difícil com o passar dos minutos. Em desvantagem, a estratégia amadorense ruiu e obrigou a mais riscos, além de uma pressão mais subida, que viria a beneficiar os portistas.
As equipas foram para intervalo para refrescar as ideias, mas virou o disco e tocou o mesmo. A pressão dos FC Porto só aumentou e o Estrela da Amadora ia sendo, cada vez mais, empurrado para trás. E como água mole em pedra dura, tanto bate até que fura, os dragões voltaram a ser felizes: após uma troca rápida de passe, João Mário apareceu solto no flanco direito e, sem pedir licença, desferiu um potente remate cruzado que tranquilizou a equipa e os adeptos que temiam ser assombrados pelos fantasmas que esta época tem criado.
A partir daqui o jogo ficou diferente. Os azuis e brancos baixaram o ritmo propositadamente e "adormeceram" o adversário, com uma posse de bola mais de controlo e com menos vontade de visar a baliza estrelista. Parecia que as duas equipas estavam conformadas com o desfecho e o resto do encontro foi mera formalidade, uma vez que o Estrela da Amadora não mostrou capacidade para contrariar o poderio da equipa de Sérgio Conceição, enquanto os portistas se limitaram a gerir o resto da partida até ao apito final
O momento: golo da tranquilidade
Apesar da boa exibição portista, um jogo que está 1-0 não deixa ninguém descansado. O Estrela da Amadora tinha jogadores rápidos que podiam ter feito mossa num ataque rápido e o 2-0, por João Mário, foi mesmo o que os dragões necessitavam para acalmar os nervos e sentir que a partida estava um bocadinho mais fácil a partir daquele momento.
O melhor: Até que enfim João
Não só pelo golo e pela "meia" assistência, mas João Mário fez uma das melhores exibições da temporada. Seguro a defender e muito disponível na hora de percorrer o flanco, foi pelo lado direito que os dragões criaram mais desequilíbrio. O extremo que o tempo transformou em defesa direito parece estar a recuperar a confiança que lhe garantiu a estreia pela Seleção Nacional e com o Europeu aí à porta está a dizer a Roberto Maertínez para não se esquecer dele. Nota ainda para a boa estreia de Otávio, que embora não tenha tido muito trabalho mostrou sempre calma, boa qualidade de passe e serenidade nas horas de maior aperto.
O pior: acorda Evanilson
Sendo que a escolha do pior é sempre complicada, esta decisão prende-se talvez por estarmos mal habituados. Nos últimos jogos Evanilson mostrou capacidade goleadora e qualidade para combinar com os colegas mas, contra o Estrela da Amadora, não apareceu. Muito escondido do jogo e com um par de remates desajeitados, o brasileiro esteve em dia não e a equipa ressentiu-se, pelo menos no número de golos que ficou por marcar. Melhores dias virão!
As reações
Sérgio Conceição e João Mário, do FC Porto
Sérgio Vieira e Léo Cordeiro, do Estrela da Amadora
Veja o resumo do FC Porto-Estrela da Amadora:
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