Será perfeição uma palavra demasiado forte? O FC Porto está a apresentar um nível de excelência no arranque da temporada 2024/25 e quem pagou foi o Rio Ave, que saiu do Dragão derrotado (2-0) e sem saber como é que não foi goleado.
A equipa portista dominou todos os aspetos do encontro, tanto ofensivamente como defensivamente, e a prova disso é que terminou com 22 tentativas de golo e os vilacondenses nem conseguiram rematar. É certo que a expulsão de Patrick William ainda na primeira parte foi uma "traição" demasiado dura para Luís Freire, mas mesmo 11 contra 11, os dragões não estavam a dar hipótese.
Vítor Bruno não quis mexer muito numa fórmula que estava a dar resultado e apenas lançou Pepê no onze inicial, em detrimento de Fran Navarro, empurrando Danny Namaso para a posição de ponta de lança. A intenção era dar mais mobilidade à equipa e a missão foi bem sucedida.
O encontro começou logo a arder e Galeno fez questão de marcar o golo mais rápido da história do Dragão, aos 18 segundos. Após o pontapé de saída, a bola foi parar a Pepê na ala direita e o brasileiro, com um cruzamento delicioso, serviu o compatriota que fez questão de inaugurar o marcador num remate acrobático.
Em vantagem desde o primeiro minuto, os portistas não abrandaram a intensidade e iniciaram uma sucessão de jogadas ofensivas que tinham tanto de simples como de bem delineadas, deixando os vilacondenses completamente à nora.
A mobilidade na frente portista foi sempre um quebra-cabeças demasiado difícil para o adversário resolver e acabou por resultar em mais um golo de Nico González (está a ganhar o gosto aos festejos), que colocava alguma justiça no marcador e presenteava uma exibição imaculada até ao momento.
Luís Freire sentiu o desnorte da equipa e sentiu que tinha de mexer. Efetuou três alterações aos 37 minutos, numa manobra que até resultou durante algum tempo, não fosse Patrick William ter uma entrada fora de tempo que lhe valeu o segundo amarelo e deixou o Rio Ave com menos um jogador, deitando por terra qualquer plano pensado pelo seu treinador.
Segundo tempo de absoluto domínio
Se o primeiro tempo foi perfeito, no segundo só faltaram os golos. O FC Porto passou a jogar, ainda mais, no meio-campo adversário e ia rodando o jogo a toda a largura, sempre através de trocas de bola curtas, numa demonstração de muita capacidade de organização ofensiva e de privilégio do jogo associativo.
Apesar de o Rio Ave ter recuado muito no terreno, criando um muro de pernas verdes à frente da baliza de Jhonatan, os azuis e brancos iam descobrindo os caminhos para a baliza e criando várias oportunidades, que até podiam ter acabado em goleada. Quem salvou a equipa de Luís Freire foi o guarda-redes brasileiro, que efetuou 10 defesas e foi decisivo para os números não serem mais expressivos.
Até ao final do jogo, o FC Porto não facilitou um milímetro e a única coisa que impede de dizermos que foi o jogo mais completo da temporada (embora ainda seja muito cedo) é o reduzido número de golos marcados.
Exibição perfeita e controlada a todos os níveis, acabou num triunfo justíssimo. Agora o Sporting certamente estará em estado de alerta para o Clássico da próxima jornada, sabendo que terá de puxar dos galões para se "vingar" da derrota na Supertaça.
O momento - O golo recorde
Ainda nem os adeptos tinham entrado em modo jogo e já Galeno tinha estabelecido um recorde. Passaram 18 segundos de jogo e Pepê descobriu o compatriota isolado no lado esquerdo, endereçou-lhe um "bombom" que Galeno agradeceu com uma remate acrobático que foi o golo mais rápido da história do Estádio do Dragão. Absolutamente magnífico.
O melhor - Melhor dizendo, "El Mejor"
Começa a ser repetitivo, mas é inevitável colocar Nico González nesta categoria. Chegou ao Dragão como um médio-defensivo, mas é na posição 10 que se tem evidenciado e demonstrado o faro pelo golo. O médio espanhol controla o jogo ofensivo da equipa e é um tampão importante na pressão mais avançada, o que resulta numa importãncia extrema para a equipa.
Nota obrigatória para o guarda-redes do Rio Ave Jhonatan, que foi fundamental com 10 defesas (algumas de elevado grau de dificuldade) que impediram a goleada.
O pior - Traição demasiado dura
Até nem estava a ser dos piores em campo, mas o vermelho visto após uma entrada desnecessária, faz de Patrick William o bode expiatório de uma péssima exibição coletiva do Rio Ave. Sem capacidade para ter bola, a equipa de Luís Freire nunca conseguiu criar problemas ao FC Porto, muito por causa de ter jogado mais de uma parte com 10 jogadores devido à "traição" do defesa central.
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