O Sporting regressou aos triunfos na noite de segunda-feira, ao vencer o Desportivo de Chaves por 3-2, na 21.ª ronda da I Liga de futebol. No Municipal de Chaves, Pedro 'Pote' Gonçalves voltou a ser o herói leonino, ele que não festejou nenhum dos dois golos que marcou, por respeito ao emblema onde começou a sua carreira.

O Sporting encurta a distância para o S Braga (3.º colocado) mas ainda a uns longínquos oito pontos. É  a primeira vez que os Leões conseguem duas vitórias seguidas fora de casa na I Liga em 2022-23.

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O jogo: Um Pote que cheira a golo

A viagem para lá do Marão pedia um Leão reativo, face aos dois jogos sem vencer, todos em casa (derrota com o FC Porto para a I Liga e empate em casa com o Midtjylland para a Liga Europa). E foi Pedro 'Pote' Gonçalves a guiar a reação leonina, num encontro onde Paulinho voltou a estar de costas voltadas com os golos.

Rúben Amorim já o assumiu por diversas vezes que Pote joga melhor quando está mais perto da baliza. A sua capacidade em aproveitar as oportunidades torna-o num jogador letal, útil para se ter no último terço, mas as várias lesões no meio-campo, principalmente a de Morita, e as opções na frente, obrigaram o treinador a recuar o médio ofensivo/avançado de 24 anos para uma posição onde costumava jogar no Famalicão, mas num meio-campo a três.

E, estando Pote mais longe da baliza, o Sporting ressente-se disso. No entanto, em Chaves, face a forte pressão do Sporting, o médio ofensivo apareceu muitas vezes em zonas de finalização, numa organização onde Ugarte fazia as coberturas no meio-campo e raramente se aventurava uns metros à frente, dando assim mais liberdade a Pote.

E o Homem-golo do Sporting respondeu afirmativamente. Não tremeu na grande penalidade que deu o 1-0, aos oito minutos e voltou a mostrar veia goleadora quando, um minuto após ter recebido ordens de Amorim para ocupar o seu habitual na frente, marcou. Remate colocado, de fora da área, para um golaço, aos 61 minutos.

Podia ter feito um hat-trick, na grande penalidade que conquistou aos 83 minutos, mas optou por ceder a oportunidade ao jovem Chermiti, que desperdiçou. Primeiro penálti falhado pelo Sporting na Liga.

Mesmo não estando a fazer uma grande época, Pedro Gonçalves é, a par de Fran Navarro, o segundo melhor marcador da I Liga, com 12 golos, apenas batidos pelos 13 de Gonçalo Ramos, do Benfica.

Segunda vitória seguida do Sporting fora de casa para a I Liga pela primeira vez esta época, mas apenas o 5.º triunfo em 11 partidas longe de Alvalade para a prova (quatro derrotas e dois empates).

Negativo o facto de a equipa ter sofrido mais dois golos, chegando assim aos 23 em 21 jornadas da I Liga, tantos quantos os que sofreu em toda a prova na época passada.

Momento-chave: marcar cedo era essencial

Marcar cedo era importante para o Sporting e foi isso que aconteceu. Depois de duas oportunidades perdidas, aos cinco minutos, os Leões adiantaram-se no marcador aos set minutos. Rodrigo Moura dividiu com Paulinho, o avançado foi mais experto e colocou o corpo à frente da bola, esperando depois o contacto que aconteceu. Falta na área e penálti que Pedro Gonçalves não desperdiçou, aos oito minutos.

Os Melhores: Pedro Gonçalves nunca dorme

Autor de dois golos, Pedro Gonçalves foi a figura do Sporting. Numa equipa que vive muitos altos e baixos esta época, ter o avançado mais perto do golo e a ser decisivo, poderá ser a diferença entre vencer e empatar jogos. No entanto, precisa da colaboração dos outros elementos da frente de ataque.

No Desportivo de Chaves, destaque para o golaço de João Teixeira a fazer o empate, e para o regresso de Hector Hernández após lesão grave: entrou e marcou, fazendo o seu sexto golo na I Liga (é o melhor marcador da equipa). Não jogava desde dezembro.

Em noite 'não': Paulinho precisa de banco

Depois do empate com o Midtjylland, circularam nas redes sociais uma abordagem preguiçosa de Paulinho, numa jogada de St. Juste que devia ter acabado em golo, se o avançado tivesse feito o movimento correto e lido bem a intenção do seu colega.

Paulinho está ansioso e isso vê-se na forma como se movimenta: teve dois golos anulados pelo VAR, por estar em fora de jogo, mas que facilmente teria marcado se estivesse concentrado. No primeiro, está sozinho na pequena área e bastava ler melhor a jogada para recuperar a posição e depois encostar como fez: no segundo podia ter esperado mais, no centro de Nuno Santos, antes de fazer o movimento para atacar a bola. Isto porque estava sozinho, sem ninguém para o atrapalhar, portanto, com tempo para definir o melhor timing para atacar a bola.

O golo falhado aos 25 minutos em que, sozinho e sem oposição, consegue atirar à barra um centro de Trincão, espelha bem a época do avançado: dá mais nas vistas pelo que desperdiça do que pelo que marca.

Reações

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