O Sporting termina 2023 na liderança da I Liga, depois de vencer no sábado o Portimonense por 2-1, na 15.ª jornada da prova.

Em Portimão, a dupla Gyokeres-Paulinho voltou a faturar e Adán, tantas vezes criticado, salvou os leões de um dissabor.

Um dado estatístico que faz os adeptos leoninos sonharem: das últimas quatro ocasiões em que os leões passaram o ano no primeiro posto, foram campeões.

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O jogo: Leão com duas partes distintas e Adán salvador

Quando Manuel Oliveira apitou para o fim do primeiro tempo, a estatística dizia que o Sporting tinha 70 por cento de posse de bola, mas não tinha conseguido acertar qualquer remate na baliza de Vinícius, dos quatro que fez. No segundo tempo, foram 12 remates, sete deles em direção ao alvo. Foram apenas dois golos, é certo, mas mostram o quão transfigurado o leão voltou do intervalo, depois de 45 minutos desinspirados, muito por culpa do adversário, como reconheceu Rúben Amorim.

As dificuldades do primeiro tempo explicam-se pela falta de variabilidade do jogo do Sporting. Com Paulinho e Gyokeres na frente, a equipa leonina voltou a abusar dos cruzamentos e do jogo nos alas, perante um Portimonense que defendia em 5-4-1, com três centrais muito altos e difíceis de bater pelo ar. Alemão, Pedrão e Filipe Relvas iam dando conta do recado, ajudados pelos alas Guga e Gonçalo Costa, com Hélio Varela e Jasper muito recuados também no momento defensivo e Dener quase encostado aos centrais.

O Sporting não conseguia atacar pela zona central, não tinha profundidade nem largura para explorar o jogo de Gyokeres.

No segundo tempo os líderes da Liga aumentaram a velocidade de circulação da bola e tiveram finalmente Marcus Edwards, desaparecido no primeiro tempo. O extremo inglês começou a fazer estragos na direita do ataque leonino, com incursões que iam causando pânico na defensiva algarvia.

No entanto, os dois golos do Sporting viriam a sair da meia esquerda, em dois lances em que os leões simplificaram os processos. O passe diagonal de Pedro Gonçalves, no meio dos centrais do Portimonense, para Gyokeres abrir o marcador só com um toque aos 59, é sublime.

O 2-1, aos 80, ainda é melhor: Matheus Reis, Nuno Santos, Morita e Paulinho, tudo ao primeiro toque. A finalização de calcanhar do avançado, que tinha falhado um golo cantado minutos antes, deu ainda mais brilho à jogada.

Apesar do crescimento do Sporting no primeiro tempo, o Portimonense teve mais oportunidades de golo na segunda metade do encontro. Numa delas, de bola parada, ainda empatou por Filipe Relvas. Nos outros, valeu Adán a segurar os três pontos para o Sporting. Fica a atitude dos homens de Paulo Sérgio, apesar de terem somado a segunda derrota consecutiva, que deixa a equipa no é 15.º posto, com 15 pontos, três acima da zona de despromoção.

Quarta vitória seguida do Sporting que vai acabar o ano na liderança isolada da Liga, com 37 pontos, menos um que o Benfica.

Momento-chave: Eduardo Quaresma evita males maiores

Aos 79 minutos, Dener isolou Hélio Varela pela esquerda. O avançado não dominou bem a bola e quando quis rematar, já tinha Eduardo Quaresma por perto. O avançado algarvio ainda rematou mas o defesa do Sporting conseguiu desviar na hora certa, para canto. O árbitro deu pontapé de baliza e dessa saída de bola resultou o 2-1 para o Sporting. A reviravolta podia galvanizar o Portimonense e intranquilizar o Sporting, equipa que tinha perdido dois dos últimos três jogos na I Liga.

Os Melhores: Desta vez houve Adán

Acusado várias vezes de não ser guarda-redes de equipa grande, pelos golos que não consegue evitar, desta vez Adán calou os críticos e mostrou-se importante na vitória do Sporting. A meias com Eduardo Quaresma, evitou o 2-1 dos algarvios aos 79, e voltou a brilhar aos 85 minutos ao travar o remate de Hélio Varela que apareceu isolado.

Hidemasa Morita, eleito Melhor em Campo pela Sport TV, também foi importante a segurar o meio-campo, na ausência de Hjilmand: assistiu Paulinho para o 2-1 e somou 14 recuperações de bola.

Em noite 'não': Hélio Varela e Paulinho perdulários

Hélio Varela podia ter deixado o Portimão Estádio como Homem do Jogo, se tivesse concretizado as duas oportunidades que teve diante de Adán, uma delas logo a seguir ao golo de Relvas que podia ter dado a reviravolta para os algarvios e outro depois de o Sporting ter feito o 2-1. O mesmo se pode dizer de Paulinho, que desperdiçou dois golos cantados, quando o Sporting vencia por 1-0 e já nos descontos.

Reações

Paulo Sérgio reclama canto e expulsão, Filipe Relvas diz que "árbitro também tem direito a errar"

Amorim explica o que mudou da 1.ª para a 2.ª parte e deixa elogios: "Sofremos duas transições quando estava empatado e aí o Adán salvou-nos"

Veja o resumo do encontro