O Sporting de Braga conquistou uma vitória merecida por 1-0 frente ao FC Porto, num jogo em que a equipa minhota se mostrou mais organizada e eficaz, enquanto os dragões, apesar das tentativas, não conseguiram encontrar a consistência necessária para quebrar a defesa adversária.

A partida foi um reflexo claro das dificuldades que o Porto atravessa neste momento, especialmente no que diz respeito à construção de jogo e à capacidade de reagir quando em desvantagem.

Desde os primeiros minutos, o jogo mostrou-se equilibrado, mas foram os minhotos que demonstraram maior controlo sobre a partida. A equipa de Carvalhal soube gerir a posse de bola e, quando pressionada, não teve medo de recuar e explorar os espaços disponíveis.

Por outro lado, o FC Porto, apesar de algumas alterações na formação, mostrou-se desorganizado e incapaz de criar jogadas fluídas no ataque. A ausência de Fábio Vieira foi notada, pois os portistas não conseguiram encontrar um criador de jogo que pudesse conectar o meio-campo com o ataque de forma eficaz.

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O golo de Ricardo Horta aos 17 minutos, a partir de um livre direto bem executado, foi um reflexo das fragilidades dos azuis e brancos, particularmente na defesa de bolas paradas. A barreira não conseguiu fazer o seu trabalho e Diogo Costa não teve tempo de reagir ao forte remate rasteiro de Horta, que deu a vantagem ao Braga.

A partir desse momento, a equipa minhota controlou as ações, mantendo a posse de bola e com um bloco defensivo muito seguro. O FC Porto, em contraste, parecia perdido, sem saber como reagir à desvantagem e sem conseguir construir jogadas de perigo.

Momento do jogo

O grande momento do jogo foi, sem dúvida, o golo de Ricardo Horta. Com um livre direto executado com precisão milimétrica, Horta não apenas fez as redes balançarem, mas também deu um toque de classe e arte a um jogo que, até ali, se arrastava na sua previsibilidade. A bola passou por baixo da barreira, tocou o chão com a força necessária e iludiu Diogo Costa, que não teve tempo para reagir. O golo, aliás, foi um microcosmo da partida: simples, mas decisivo.

Melhor

É fácil apontar Horta como a estrela, mas o grande trunfo do Braga foi a sua capacidade de dominar a partida sem a necessidade de sobressair em demasia. A equipa de Carvalhal jogou com inteligência, sabendo exatamente quando pressionar e quando recuar.

Foram sólidos defensivamente, quase impenetráveis, e a cada transição mostraram-se rápidos e eficazes. Não se perderam em detalhes, nem tentaram ser o que não são. Foram pragmáticos, respeitaram o que a partida exigia e, com isso, tornaram-se imbatíveis.

O FC Porto, por sua vez, não soube se adaptar ao ritmo. Tentou, mas nunca teve realmente controle. Anselmi mexeu na equipa, ajustou, mas as soluções não apareceram. A equipa parecia desconexa, com a sensação de estar em busca de algo que ainda não encontrou.

Pior

Do lado oposto, o pior do jogo foi claramente a inércia do FC Porto. A equipa tentava, mas não conseguia quebrar a barreira do Braga. Quando, finalmente, parecia que o jogo estava a se abrir, com as mexidas de Anselmi, a equipa não conseguiu criar um perigo real. Os dragões jogavam com a pressão de quem sabe que o tempo está a escapar, mas sem conseguir colocar a intensidade necessária.

A troca de Marcano por William Gomes, seguida de mais mudanças estratégicas, demonstrava a tentativa de encontrar um equilíbrio, mas a verdade é que, até o apito final, o FC Porto esteve mais perto do empate, mas sem a confiança ou a capacidade de concretizá-lo.

Reações

Carlos Carvalhal realça justiça da vitória, Moutinho destaca agressividade da equipa

Anselmi não desiste do título, João Mário admitiu má entrada da equipa no jogo