O Benfica venceu este sábado o Portimonense por 1-5, reforçando ainda mais a liderança no campeonato. Golos de Grimaldo, Gonçalo Ramos, Petar Musa (duas vezes) e um auto-golo de Filipe Relvas deram o triunfo às águias que estão assim a apenas três pontos de conquistar o título de campeão nacional.

Entrada a todo o gás e sem olhar para trás

Para o jogo deste sábado, Roger Schmidt apenas mexeu por obrigação, ao colocar Morato no lugar do castigado Otamendi; já Paulo Sérgio apenas fez alterações no ataque com as entradas de Moustapha Seck para o lugar de Rui Gomes, e também de Yago em detrimento de Wellington.

O Benfica entrou em campo com mais quatro pontos que o FC Porto e, apesar de jogar primeiro que os rivais, os encarnados não acusaram de modo algum uma eventual pressão adicional. Com efeito, as águias entraram imponentes e dominadoras desde o apito inicial; João Neves deu o mote com um remate aos dois minutos que bateu no poste da baliza de Nakamura...o prenúncio do que o que aí viria.

Quatro minutos de jogo e um cruzamento de Aursnes na direita encontrou Grimaldo no segundo poste; o remate do lateral espanhol levou Nakamura a uma defesa que, de acordo com o árbitro assistente e o VAR, já terá sido feita com a bola dentro da baliza, resultado: 1-0 para o Benfica.

Embalados pelo apoio dos milhares de adeptos encarnados e perante um Portimonense demasiado permeável, o Benfica continuou a carregar, principalmente pela esquerda onde David Neres punha a cabeça da defensiva algarvia em água. Nos primeiros quinze minutos sucederam-se as oportunidades de golo para as águias, todas elas paradas pelos ferros ou pelas boas intervenções de Nakamura.

Mas o guarda-redes japonês nada pode fazer para travar o segundo do Benfica ainda antes da meia-hora; 28 minutos e um cruzamento de João Mário na direita é intercetado ao primeiro poste por Filipe Relvas, todavia o corte do defesa dos algarvios acabou por trair Nakamura e acabar no fundo das redes.

A equipa da casa mostrava-se inofensiva no ataque, tentando chegar perto da baliza encarnada através de iniciativas individuais. Contudo, e contra a corrente do jogo, o Portimonense acabou mesmo por marcar; 38 minutos e um livre batido pela direita deixou a bola no coração da área à mercê de Pedrão que atirou forte e reduziu a diferença no marcador.

O golo poderia significar uma mudança no rumo dos acontecimentos, contudo, o esforço da equipa da casa acabou por ser em vão já que, pouco antes do intervalo, um erro crasso da defesa do Portimonense permitiu a Gonçalo Ramos trabalhar dentro da área e rematar para o 1-3, restabelecendo a diferença no marcador e tornando a conversa ao intervalo bem diferente nos dois balneários.

Comandar, controlar para no fim golear

Aquele terceiro golo sofrido acabou por neutralizar qualquer tipo de reação do Portimonense, já que a segunda parte começou exatamente como a primeira: Benfica a controlar e a chegar muitas vezes junto da área dos algarvios e quase sempre com perigo.

Os homens de Paulo Sérgio tentavam pressionar mais alto mas não o faziam totalmente em bloco, deixando assim muito espaço entre linhas para que os jogadores encarnados pudessem explorar a seu belo prazer. Assim sendo foram-se repetindo as jogadas de perigo junto da baliza de Nakamura; o guarda-redes nipónico chegou mesmo a permitir o quarto golo a Rafa depois de uma defesa incompleta, mas o lance acabou anulado devido a fora-de-jogo.

No banco Paulo Sérgio mandava uma mensagem clara para o relvado com três substituições de uma assentada; contudo, tal não teve qualquer efeito no rumo da partida, já que o Benfica mostrava-se dono e senhor do jogo, aplicando um ritmo ao qual o Portimonense nunca se conseguiu adaptar.

Já com a vitória no bolso, Roger Schmidt fez algumas alterações no ataque, mudanças que acabaram por influenciar a evolução do marcador. Isto porque Petar Musa desafiou todos os recordes do campeonato ao apontar dois golos em cerca de dois minutos.

Aos 87 minutos, e após a única jogada de perigo do Portimonense na segunda parte, Rafa saiu disparado do seu meio campo e, com tempo e espaço, serviu Musa que, com a baliza à sua mercê, não teve dificuldade em fazer o 1-4. Cerca de dois minutos volvidos e o croata voltou a marcar, desta vez aproveitando um erro de Nakamura ao largar um cruzamento inofensivo da esquerda para empurrar para a baliza deserta.

Com este triunfo o Benfica está cada vez mais perto de conquistar o título de campeão nacional. Os encarnados estão a três pontos de garantir a vitória na primeira liga, algo que pode acontecer já este domingo em caso de derrota do FC Porto diante do Casa Pia. Se tal não acontecer, a festa encarnada pode acontecer no próximo fim-de-semana, em Alvalade, diante do Sporting CP.

O momento: O regresso do matador

Numa altura em que o Portimonense tinha reduzido para 1-2 e Paulo Sérgio certamente preparava a melhor abordagem para lutar pelo resultado na segunda parte, eis que os planos lhe saíram furados. Em cima do intervalo o coreano Park resolveu tentar fazer o que não sabe e permitiu a Gonçalo Ramos entrar na área, trabalhar, e fazer o 1-3. Foi o 18º golo de um jogador que não faturava desde a 26ª jornada, na altura em Vila do Conde.

O melhor: Como nevou em Portimão!

Tem 18 anos, começou a temporada na equipa de sub-19, mas joga como se de um veterano se tratasse. João Neves foi chegando paulatinamente à equipa principal e está a ganhar cada vez mais a confiança de Roger Schmidt. E é caso para dizer que o jovem médio não tem desiludido. Em Portimão, e num jogo com cinco golos, foi João Neves quem se sobressaiu.

Jogou, e fez jogar, esteve em todo o lado, nunca virou a cara à luta nem se escondeu do jogo, mostrando sempre enorme disponibilidade física. Dizia Johan Cruyff que é muito simples jogar futebol, mas difícil é jogar um futebol simples, certamente que a lenda neerlandesa ficaria orgulhosa ao ver João Neves em ação.

O pior: Os passadores do Algarve

O desempenho defensivo do Portimonense foi de tal forma caótico que não nos é possível concentrar tudo num só jogador. Desde apito inicial que se percebeu a anarquia na zona mais recuada dos algarvios, permitindo aos jogadores do Benfica entrar dentro da grande área a seu belo prazer, uma tendência que se manteve durante toda a partida. Águias (ainda) mais eficazes teriam alcançado um resultado inédito em Portimão...eis que foram encontradas as verdadeiras 'Passas do Algarve'.

O que disseram os treinadores:

Paulo Sérgio, treinador do Portimonense: "Não há muito a dizer ante este resultado. Quando concedemos cinco golos temos de dar os parabéns ao adversário, que foi muito superior. Parabéns ao Benfica! Temos de olhar para nós: não se pode errar da maneira que errámos!

Roger Schmidt, treinador do SL Benfica: "Queríamos os três pontos e queríamos usar os 90 minutos para tentar marcar golos e matar o jogo o mais cedo possível. Acho que a equipa mostrou uma grande atitude e espírito. Fomos muito inteligentes taticamente e criámos muitas oportunidades, podíamos ter marcado mais e merecemos ganhar"

Veja o resumo do jogo