O jogador brasileiro, de 21 anos, chegou ao emblema famalicense há quase três anos, oriundo do Guarani, e a experiência no mundo do futebol era quase nula.
Depois de quase 12 anos sempre ligado ao futsal, Anderson e o irmão, André Clóvis (que agora joga no Leixões), decidiram, aos 17 anos, experimentar o futebol. Depois de um ano no Guaratinguetá e outro no Guarani, os dois irmãos rumaram a Portugal para tentar a sorte.
Anderson ainda se recorda do primeiro dia em Famalicão. "Vinha só para fazer testes", explicou em declarações à agência Lusa. Na altura, o Famalicão militava na II Liga e já há algum tempo que vinha tentando a subida.
"Cheguei para fazer testes, não sabia nada. Quando cheguei aqui, o treinador era o Dito e ele disse-me que tinha uma semana para mostrar o que valia, mas em dois dias disse que eu já podia assinar o contrato. Um contrato de três anos. Foi um sonho", confessou o jogador, que não se acanha em explicar as diferenças do Famalicão dessa altura para o desta.
"Este é um Famalicão muito jovem, mas a determinação e o pensamento é de gente grande. Pensamos diferente e isso ajuda bastante. O Famalicão do ano passado, a equipa? Não tenho nada que reclamar. Toda a gente era sensacional a lidar com as pessoas. Mas não se compara com este ano. Está a melhorar cada vez mais", afirmou.
Apesar da normal cautela de um jogador que representa um clube recém-promovido à I Liga, Anderson não sente receio em deixar os sonhos falarem mais alto, porque, na verdade, para ele "nada é impossível no futebol".
Quando questionado até onde pode chegar o Famalicão desta época, o brasileiro não tem dúvidas: "Acho que o Famalicão pode ser campeão. Mas sabemos que vai ser difícil. Mas nada é impossível."
A realidade da liderança na quarta jornada, à frente dos três 'grandes', é, para Anderson, um sinónimo de tranquilidade.
"Temos pressão todos os dias. Mas o facto de estarmos em primeiro nesta altura acalma-nos mais um pouco. A ansiedade nos jogos é menor, os outros clubes respeitam-nos mais", afirmou o jogador, que, apesar de ainda considerar ser prematuro, não consegue deixar de pensar no facto de vir a poder chegar às competições europeias, algo que acredita ser "o sonho de qualquer jogador de futebol".
Em termos pessoais, a ambição de Anderson também não é curta.
"Penso chegar mais longe ainda. Estou num bom clube, respeito o Famalicão, mas tenho que ser sincero: quero chegar no topo do futebol. O Anderson pode chegar lá e tenho a certeza que a treinar todos os dias e a fazer tudo o que tenho feito tenho a certeza que vou assinar o meu contrato profissional com a equipa dos meus sonhos", confessou.
Anderson ainda tem poucos minutos esta época (66) e tem sido usado como uma espécie de "arma secreta", como gosta de se apelidar. O brasileiro foi suplente nos quatro jogos do campeonato, e nesses quatro entrou e fez a diferença. Em dois desses jogos acabou mesmo por decidir.
"Pode-se dizer que sou a arma secreta desta equipa. Quando entro, entro sempre com vontade de ganhar e fazer diferença. É isso que me distingue", disse ainda o jogador, que não tem problemas em assumir o grande objetivo pessoal para esta época: "Quero ser o melhor marcador da Liga."
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