O presidente do FC Porto dedicou hoje a vitoria frente ao Farense a Pinto da Costa, que morreu no sábado, e anunciou que a equipa de futebol vai homenagear o antigo presidente quando chegar ao Porto.

“É um primeiro dia de luto para todos os portistas. Dia de profunda tristeza e dor. Muito difícil lidar com a perda irreparável para a nação portista”, referiu André Villas-Boas, que sucedeu a Pinto da Costa, à saída do Estádio do Algarve, após o triunfo da equipa ‘azul e branca’, por 1-0, em jogo da I Liga.

André Villas-Boas considerou que, com a morte de Pinto da Costa, "perdeu-se o maior líder do FC Porto e a sua maior referência", pois o ex-presidente foi "responsável por transformar o clube desde 1982" e redimensioná-lo aos mais variados níveis.

“[Pinto da Costa] Orientou o portismo de muita gente, seguramente o meu e de muitos outros, e queremos dedicar esta vitória ao presidente e à sua família enlutada e à qual nós prestamos os nossos sinceros pêsames”, disse Villas-Boas.

O presidente dos ‘dragões’ anunciou que a equipa, chegando ao Porto, para onde viajará de avião, irá prestar a sua homenagem a Pinto da Costa deslocando-se à Igreja das Antas e que na segunda-feira vai estar também presente no funeral.

“Vamos ter muitas saudades de Pinto da Costa, que será para sempre o presidente dos presidentes do FC Porto. Trás boas memórias, não só de vitorias, mas também de toda a sua ironia, sagacidade, palavra, conforto e alento que deu a tantos portistas para sonharem mais alto. Ficará para sempre no nosso coração”, referiu.

André Villas-Boas disse que o FC Porto disponibilizou o seu estádio para que todos os portistas pudessem prestar uma última homenagem a Pinto da Costa, mas que tal depende também da vontade da família, expressa nas últimas vontades do ex-presidente.

“Gostávamos muito de ter Pinto da Costa connosco, mas evidentemente teremos de respeitar a vontade da família. Temos estado em contacto direto e indireto com a família no sentido de, pelo menos, garantir que os portistas se possam despedir de Pinto da Costa, uma última vez”, acrescentou.

André Villas-Boas disse compreender “o momento de dor que é para toda a nação portistas, mas principalmente para a família”, pelo que entende que se “tem que dar o devido espaço para poderem decidir em conformidade para o seu familiar”.

“Gostaríamos muito, mas teremos que respeitar qualquer decisão que venha a ser tomada pela família. Temos a indicação que o carro fúnebre ira descer a Alameda em direção ao estádio e gostaríamos que pudesse entrar no Dragão”, disse.

Villas-Boas pretendia, assim, que “os sócios se despedissem do presidente”, mas também que Pinto da Costa “passasse esse momento único no estádio que construiu e no clube que ajudou a construir e que nesse momento se tocasse o hino do FC Porto”.

“Era o máximo respeito que lhe podíamos prestar”, acrescentou André Villas-Boas, que gostaria de marcar presença no funeral de Pinto da Costa, mas que só o fará com a autorização da família.

O presidente recordou que Pinto da Costa fez questão de deixar escrito que não o queria no seu funeral, pelo que considera que este não é o momento de hostilizar a sua vontade nem ir contra a sua palavra.

Para o atual presidente, Pinto da Costa marcou o portismo de muita gente e não apenas pela sua ironia e sagacidade, mas também por toda uma cultura de vitória dentro da nação portista, de adepto para adepto, de sócio para sócio.

“Moldou os nossos valores e algo que propagamos no tempo e nos nossos filhos. O seu legado não são apenas vitórias, património em títulos e em obra, mas também princípios e valores que moldam o nosso portismo e é isso que levaremos daqui para a frente enquanto FC Porto”, adiantou.

Jorge Nuno Pinto da Costa, ex-presidente do FC Porto, clube no qual se estabeleceu como dirigente mais titulado e antigo do futebol mundial entre 1982 e 2024, morreu no sábado aos 87 anos, vítima de cancro.

Pinto da Costa tinha sido diagnosticado com um cancro na próstata em setembro de 2021 e agravou o seu estado de saúde nas últimas semanas, menos de um ano depois da derrota para a presidência do clube frente a André Villas-Boas.

Empossado pela primeira vez em 23 de abril de 1982, seis dias depois de ter sido eleito sem oposição como sucessor de Américo de Sá, o ex-dirigente exerceu funções durante 42 anos e 15 mandatos consecutivos, levando o FC Porto à conquista de 2.591 títulos em 21 modalidades - 69 dos quais no futebol sénior masculino, incluindo sete internacionais.