O presidente do Gil Vicente, António Fiúsa, saudou esta segunda-feira o apelo à transparência feito pelo seu homólogo da Académica, assegurando que o clube de Barcelos “nunca teve contratos paralelos”.
“O Gil Vicente nunca teve contratos paralelos, mas se o senhor José Eduardo Simões tem provas que as apresente, pois quem não deve não teme”, afirmou Fiúsa, à agência Lusa, aproveitando para “felicitar José Eduardo Simões por se juntar ao Gil Vicente no apelo à investigação do Ministério Público para que o futebol tenha mais transparência”.
O presidente gilista reagiu às declarações do presidente da Académica, que no domingo instou Ministério Público e Polícia Judiciária a investigarem contratos de jogadores com clubes que “pagam por fora” e incluiu neste grupo o Gil Vicente, da II Liga.
No final do jogo Académica-Sporting, que os ‘leões’ venceram por 3-1, o dirigente da ‘briosa’ surgiu na sala de imprensa para dizer que o clube não deve nada ao fisco e está a cumprir “escrupulosamente” os acordos de pagamento, assumindo-se indignado com as críticas recorrentes do presidente do Gil Vicente, de que a ‘briosa’ deve à Autoridade Tributária e à Segurança Social.
Hoje, Fiúsa assegurou que a acusação que o clube barcelense apresentou relativa à dívida da Académica à Segurança Social “foi feita com provas, com dados concretos”, acrescentando que “essa dívida está no relatório e contas do clube”.
“Certamente, o senhor José Eduardo Simões nem deve conhecer o relatório e contas do seu clube. Por isso, quem está a mentir é ele”, referiu.
Fiúsa apresentou como exemplo o pagamento de 1,2 milhões de euros (ME) de impostos pelo Gil Vicente, na época passada, quando o clube apresentou um orçamento de 3,7 ME, aproveitando para ironizar sobre o apelo do presidente da Académica.
Na semana passada, o Gil Vicente anunciou o envio ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e à ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, um dossiê sobre as irregularidades fiscais de alguns clubes de futebol no processo de candidatura às competições profissionais.
O clube de Barcelos, despromovido à II Liga, não se conforma com o facto de a Segurança Social ter emitido uma certidão a confirmar a situação contributiva regularizada de alguns clubes, nomeadamente Académica e Vitória de Setúbal, o que lhes permitiu inscrever e utilizar jogadores com contrato, participando na edição 2015/16 da I Liga.
De resto, chegou mesmo a enviar uma carta ao diretor da Segurança Social a denunciar a situação contributiva de Vitória de Setúbal e Académica, que, por não preencherem integralmente os pressupostos exigidos, nomeadamente falta de certidões da Autoridade Tributária e Aduaneira e do Instituto de Segurança Social, ficaram impedidas de registar contratos de trabalho ou de utilizar os jogadores com contratos registados até que a situação fosse normalizada.
No caso da Académica, o Gil Vicente alega um passivo tributário na ordem dos 500 mil euros, mais dívidas à Segurança Social.
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