O treinador do Arouca disse que a manutenção na I Liga de futebol tem “o mesmo sabor que ganhar a Liga dos Campeões", pediu confiança no “processo” dos treinadores e salientou que o futuro “é o próximo jogo”.
“Para nós, equipa técnica e jogadores, a manutenção é a nossa ‘Champions’. As dificuldades são tantas que [a permanência] tem um sabor acrescido. Foi mais um passo importante para o que pretendíamos para o clube, são dois anos em que subimos quando ninguém esperava e depois a manutenção quando ainda menos gente esperava. Dá a credibilidade e consistência que o clube tinha perdido nos últimos anos”, referiu Armando Evangelista.
Em declarações à Lusa, no dia seguinte a ter celebrado no 'sofá' a permanência no escalão principal, devido à derrota da Belenenses SAD ante o Famalicão (3-2), o técnico de 48 anos indicou que a equipa ficou em casa, mas celebrou a conquista como se tivesse sido feita em campo.
“Estávamos inseridos numa maratona que só termina ao fim de 42 quilómetros. Conseguir terminar um quilómetro antes é fantástico, porque sabíamos que tendo que levar isto para o último jogo seria uma final e numa final tudo pode acontecer”, apontou.
Apesar de o vínculo contratual com o emblema da Serra da Freita terminar esta época, Evangelista recusou ver além do futuro imediato que é o próximo jogo, da última jornada, na receção à Belenenses Sad, que ainda mantém esperanças de permanecer na I Liga.
“O futuro que vejo neste momento é o próximo jogo. Há três clubes [Belenenses Sad, Moreirense e Tondela] que ainda estão a lutar por algo, que nos merecem todo o respeito, temos que continuar sérios, competitivos e encarar este jogo como se fosse uma final e como se precisássemos dele. Depois, o resto, vamos ver…”, explanou.
Os três clubes recém-promovidos – Arouca, Vizela e Estoril Praia – não trocaram de ‘timoneiro’, apesar de terem atravessado fases negativas, e acabaram por assegurar a manutenção, uma observação que considerou “pertinente” e sobre a qual espera que sejam tiradas ilações por quem decide a vida dos treinadores.
“A consistência, a continuidade, dar crédito, reconhecer e acreditar no trabalho que está a ser feito traz os seus frutos. As três equipas são a prova disso mesmo, quando as coisas estão mal não é sempre o treinador que está mal. Acreditar no processo de forma diferente e não ‘resultadista’, compensa. Para o futebol português é um dos bons exemplos que se deve seguir, porque troca-se e culpa-se demasiado facilmente o treinador”, salientou.
Depois de duas subidas consecutivas que levaram a equipa do Campeonato de Portugal à I Liga, o Arouca voltou a superar as expectativas e tem presença assegurada na próxima época no principal escalão do futebol português, com os 30 pontos conquistados à entrada para a última jornada.
"Estava convicto que os 30 pontos não iriam chegar. Tivemos alguma felicidade na conjugação de resultados das últimas jornadas", confessou.
No último jogo, que será também de celebração e despedida dos adeptos, a formação de Armando Evangelista recebe, no Estádio Municipal de Arouca, às 15:30 de sábado, a Belenenses Sad, lanterna-vermelha, com 26 pontos.
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