Aurélio Pereira, responsável pela descoberta de alguns dos grandes nomes do futebol nacional e de dois dos vencedores portugueses da bola de ouro (Cristiano Ronaldo e Luís Figo) é uma figura incontornável do Sporting e do futebol português.

Em entrevista ao jornal ‘A Bola’, o ‘senhor formação’ abordou o papel que os pais-empresários podem ter na carreira dos jovens.

“(…) raramente um jogador que traz o pai para empresário, o que acontece também com o Neymar, dá certo. (…) O pai quer ser o Jorge Mendes e o filho quer ser Ronaldo. E as coisas não batem certo com certeza.”, frisou.

Revela tristeza pelos jogadores que já viu saírem do clube e que acabaram a desperdiçar o seu talento e a sua carreira por más opções tomadas muitas vezes com a conivência e pressão dos pais.

“Temos um jogador fantástico e a partir da altura em que começam a aparecer empresários, pais para aqui e acolá, a cabeça deixou de pensar. (…) Vêm pela calada da noite e oferecem mais isto, está a marimbar-se se vai ter retorno ou não”, explicou.

“É muito doloroso ver partir jogadores que ficariam por aqui se não fossem mal aconselhados.”, desabafou o responsável.

Aurélio Pereira abordou ainda as dificuldades sentidas pelos responsáveis da formação em guiar os atletas num bom rimo para a sua carreira.

"Hoje, qualquer miúdo com sete anos tem um empresário. (...) Desde que tenham empresário e um bom telemóvel, está tudo arrumado. Nós é que sofremos na pele. Pessoas que não têm dignidade, que levam jovens para o estrangeiro que sabem que vão falhar na carreira", terminou.

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