Terminou este fim-de-semana a primeira volta da I Liga. O FC Porto acabou a primeira metade da prova na frente, com cinco pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o Benfica, seis sobre o Sporting de Braga e oito sobre o Sporting.

 Dragão de recorde e um possível bicampeonato com 'pronúncia do Norte'

É a 31.ª vez que os 'dragões' acabam a primeira volta na liderança. Um dado que lança os azuis-e-brancos para o bis: nas 30 vezes em que terminou a primeira volta do campeonato na liderança, o FC Porto chegou em 21 ao fim da prova no topo da classificação, cenário que se verificou nas últimas seis ocasiões, entre as quais na temporada passada. Nas últimas 20 situações em que se sagraram 'campeões de inverno', os portistas apenas deixaram fugir o título em três épocas, duas para o Benfica (1990/91 e 2004/05) e uma para o Sporting (1999/2000). Os comandados de Sérgio Conceição chegam a meio do campeonato com mais derrotas (duas contra zero) e menos pontos (43 contra 45) do que em 2017/18.

FC Porto
Jogadores do FC Porto festejam o 2-0 frente ao Nacional créditos: Lusa

O empate em Alvalade elevou para dez o número de épocas sem vitórias do FC Porto no 'covil' do 'leão' para a I Liga. Os 'dragões' ficaram ainda sem bater o recorde de vitórias seguidas em Portugal, depois de ter igualado o máximo histórico na ronda anterior, na deslocação a Vila das Aves (18 jogos sempre a vencer). A equipa de Conceição tem mais três pontos que na época passada, mais derrotas (2) e menos empates (1), menos nove golos marcados e mais um sofrido.

A primeira volta do Benfica foi muito conturbada, com três derrotas e dois treinadores até ao momento, com Bruno Lage a substituir nas duas últimas partidas Rui Vitória, que deixou o clube após a derrota em casa do Portimonense. Os 'encarnados' somam 38 pontos, frutos de 12 vitórias, dois empates e três derrotas, menos dois pontos que tinham na época passada ao final da primeira volta (12 vitórias, quatro empates e uma derrota) mas um lugar acima na tabela.

Após o final conturbado da última temporada, o Sporting entrou em 2018/19 com um presidente da SAD interino, Sousa Cintra, que apostou no regresso de José Peseiro ao comando técnico da equipa. Peseiro foi demitido após a derrota com o Estoril Praia, na Taça da Liga, e substituído interinamente por Tiago Fernandes, que fez três jogos antes da chegada de Marcel Keizer. Com o holandês, os 'leões' começaram a 'todo o gás', com sete vitórias consecutivas (em todas as provas), nas quais marcaram 30 golos mas nos últimos quatro jogos do campeonato os 'leões' perderam dois e empataram um.

Jogadores do Sporting celebram o golo de Bas Dost.  EPA/MIGUEL A. LOPES
Jogadores do Sporting celebram o golo de Bas Dost. EPA/MIGUEL A. LOPES créditos: MIGUEL A. LOPES/LUSA

O Sporting, 3.º, soma 35 pontos (11 vitórias, dois empates e quatro derrotas), menos oito pontos em relação à 2017/2018 (13 vitórias, quatro empates e Zero derrotas)

Já o Sporting de Braga termina a primeira volta na luta pelo título e pelo apuramento para a Liga dos Campeões - dois primeiros -, somando apenas duas derrotas, em casa do FC Porto (1-0) e do Benfica (6-2). O minhotos têm os mesmos 37 pontos da época passada.

A luta pelo quinto lugar, que ainda poderá dar acesso à Liga Europa, tem sido intensa, com Vitória de Guimarães e o surpreendente Moreirense a terminarem a primeira volta igualados e com três pontos de avanço sobre o Belenenses e quatro sobre o Portimonense.

Os promovidos Nacional e Santa Clara têm feito uma carreira tranquila, ao contrário do Desportivo de Chaves, último colocado, em igualdade com o Desportivo das Aves, com 12 pontos cada. São os mesmos pontos que tinham os dois últimos, Vitória de Setúbal e Estoril Praia, na última temporada no virar do campeonato.

'Chicote' estalou cinco vezes na 1.ª volta

Nesta primeira volta registou-se a mudança de treinadores em cinco situações. Dos 'três grandes', o FC Porto é o único que permanece com o mesmo treinador que iniciou a época. O Sporting foi o clube que protagonizou a primeira 'chicotada psicológica', após a oitava jornada, e o Benfica a mais recente, depois da 15.ª. Após 17 jornadas, tal como aconteceu em 2017/18, voltaram a ser cinco os clubes que mudaram de treinador.

Bruno Lage assume o comando técnico do Benfica após a saída de Rui Vitória
Bruno Lage assume o comando técnico do Benfica após a saída de Rui Vitória créditos: Lusa

Cláudio Braga (substituído por Petit) tinha protagonizado a segunda 'chicotada', ao deixar o Marítimo no 12.º posto, após uma série 'negra' de 10 jogos sem vencer nas várias competições, entre as quais a derrota por 3-0 no terreno do Feirense, que ditou a eliminação da Taça de Portugal.

O Desportivo de Chaves 'aguentou' Daniel Ramos (substituído por Tiago Fernandes) até à 12.ª jornada, quando seguia no 18.º e último lugar, apenas com duas vitórias e um empate, na receção ao Benfica (2-2).

O Rio Ave contratou o 'chicoteado' Daniel Ramos para suceder a José Gomes, que rumou aos ingleses do Reading, e, sob o comando do técnico natural de Vila do Conde, ainda não voltou a ganhar.

Entre os 13 'sobreviventes', destaque para Nuno Manta Santos, que, aos 40 anos e com a saída de Rui Vitória, se tornou no treinador no ativo com mais jogos consecutivos na I Liga (71).

Menos golos e mais jogadores a marcar

Esta primeira volta termina com 394 golos em 153 jogos (uma média de 2,57 por jogo), menos 12 tentos do que na temporada passada, na qual se bateu um recorde do século XXI. Destaque para o Benfica que tem o melhor ataque, com 37 golos, menos três do que na temporada passada, com o líder FC Porto a ter 34, longe dos 45 com que terminou a primeira volta da temporada passada. O Sporting tem o terceiro melhor ataque, com 33 golos, seguido do Sporting de Braga, com menos um.

Dyego Sousa celebra o golo marcado
Dyego Sousa celebra o golo marcado ao Sporting créditos: . MANUEL FERNANDO ARAUJO/ LUSA

Nos goleadores, o destaque vai para o bracarense Dyego Sousa, que termina as 17 primeiras jornadas com 12 golos, naquela que é a sua melhor temporada de sempre. Esta época as equipas têm sido mais democráticas na distribuição dos golos: em relação à última temporada, eram quatro os jogadores que tinham mais golos do que os que tem Dyego Sousa esta temporada, com Jonas (Benfica) a liderar à 17.ª jornada, com 20 golos, à frente de Bas Dost (16), do Sporting, e de Marega e de Aboubakar, ambos do FC Porto e com 14.

Dos três 'grandes' apenas Bas Dost manteve a veia goleadora do ano passado, com 10 golos em 11 jogos, sendo que Jonas (seis em 10) nem é o melhor marcador do Benfica, 'batido' por Seferovic, com sete golos, tantos quantos Marega.

O pódio dos melhores marcadores da primeira volta fica completo com o brasileiro Carlos Vinicius, do Rio Ave, o hondurenho Rochez, do Nacional, e Wilson Eduardo (Sporting de Braga), o melhor português, todos com oito golos.