FC Porto, Santa Clara, Casa Pia, Moreirense, Estoril Praia, Nacional e Boavista são os únicos clubes que continuam, no final da primeira volta da I Liga portuguesa de futebol, com os treinadores com que arrancaram para 2024/25.

Mais por culpa do insucesso do que do sucesso, 11 conjuntos já trocaram de técnico, sendo que o Sporting, campeão em título e líder, já vai em três, vítima dos ‘danos coletarais’ causados pela saída do neerlandês Ten Haag do Manchester United.

Com Ruben Amorim, os ‘leões’ igualaram o seu melhor arranque de sempre na prova, com 11 vitórias nas primeiras 11 jornadas, mas, depois tiveram que ceder o técnico ao United e, num ápice, tudo mudou em Alvalade.

O presidente Frederico Varandas bem pregou a ‘ilusão’ de que João Pereira já estava na ‘incubadora’ para 2025/26 e seria um novo Amorim, alguém que estaria dentro de anos num ‘gigante’ europeu, mas a realidade foi um ‘choque’.

Em quatro míseros jogos, João Pereira conseguiu, com uma vitória, um empate e duas derrotas, ‘destruir’ todo o legado de Ruben Amorim, antes de ser, inevitavelmente, despedido, já com o Sporting relegado para o segundo lugar da tabela.

A opção recaiu, então, em Rui Borges, o que explica a outra mudança de um técnico pelo que fez de positivo – pelo menos na opinião do Sporting - na primeira volta da I Liga, desta vez a afetar o Vitória de Guimarães.

Depois de só vencer dois dos últimos 10 jogos na I Liga pelos minhotos, que ainda assim deixou no sexto lugar, Rui Borges entrou em ‘grande’ em Alvalade, com um 1-0 ao Benfica, que devolveu o ‘leão’ ao ‘poleiro’.

Para preencher o ‘vazio’ criado pela saída do agora treinador dos ‘leões’, o Vitória contratou Daniel Sousa, que foi o primeiro técnico a ser ‘chicoteado’ após o início da prova, resistindo apenas uma ronda à frente do Sporting de Braga, ao qual regressou Carlos Carvalhal.

Os ‘arsenalistas’ foram os primeiros a mexer com a prova em curso, mas, ainda na pré-temporada, o Gil Vicente despediu Tozé Marreco e contratou Bruno Pinheiro, que arrancou à segunda ronda, após a estreia com o interino Carlos Cunha.

Depois de Tozé Marreco e Daniel Sousa, o terceiro a ‘tombar’ foi o alemão Roger Schmidt, que após ter conduzido Benfica ao título em 2022/23, teve uma época falhada em 2023/24 e só resistiu quatro rondas em 2024/25. Voltou Bruno Lage.

A série de ‘chicotadas’ prosseguiu no Farense (José Mota por Tozé Marreco) e Estrela da Amadora (Filipe Martins por José Faria), à sexta ronda, no Arouca (o uruguaio Gonzalo García por Vasco Seabra), à nona, e no Rio Ave (Luís Freire por Petit), à 10.ª.

Na mesma 11.ª ronda em que Ruben Amorim se despediu, Vítor Campelos ‘caiu’ do AVS, sendo substituído por Daniel Ramos, e na seguinte, a 12.º, foi a vez de Armando Evangelista ser trocado, no Famalicão, por Hugo Oliveira, com Ricardo Silva a fazer, interinamente, a transição.

Com tanta mudança, restam sete dos 18 treinadores que começaram, com a curiosidade de seis serem estreantes, com exceção de César Peixoto, de volta ao Moreirense, ao serviço do qual iniciou a carreira na competição, em 2020/21.

Entre os ‘sobreviventes’ está também Vítor Bruno, que vira para a segunda volta como ‘vice’, no seu primeiro ano como treinador principal, depois de sete como adjunto nos portistas de Sérgio Conceição, agora no AC Milan, que comandou os ‘dragões’ de 2017/18 a 2023/24.

Vítor Bruno, que chegou a ser muito contestado pelos adeptos ‘azuis e brancos’, Vasco Matos (Santa Clara), João Pereira (Casa Pia), o escocês Ian Cathro (Estoril Praia), Tiago Margarido (Nacional) e o italiano Cristiano Bacci (Boavista) nunca tinham comandado equipas da I Liga.

Quanto a longevidade à frente do mesmo clube, Vasco Matos e Tiago Margarido são os únicos que, há um ano, orientavam os mesmos clubes em que agora se encontram, sendo que, em 2023/24, estavam a disputar a II Liga.