O Paços de Ferreira alcançou a permanência na I Liga de futebol a uma jornada do fim, mas o caminho foi difícil e envolveu duas equipas técnicas e um extenso plantel, com várias mudanças ao longo da época.

Depois de uma temporada brilhante na II Liga, concluída com o título nacional, o Paços iniciou 2019/20 com a aposta num técnico debutante no principal escalão, Filipe Rocha, e num plantel novo, igualmente jovem e pouco experiente.

Esta combinação de fatores teve o desfecho previsível, porventura antecipado, recaindo todas as culpas de uma época mal planeada nas costas do técnico, que acabou por deixar a equipa ao fim de cinco jornadas, no último lugar, com apenas um ponto conquistado.

Os reforços Kevem, Getúlio e Gladiador nunca chegaram a jogar, Fatai, André Leão, Rafael Gava e Yago somaram poucos minutos, num parco registo extensivo aos recém-chegados Bernardo Martins e Dadashov.

Todos estes jogadores acabaram por deixar a equipa e no seu lugar entraram seis novos e experientes elementos, em janeiro, durante a reabertura do mercado, numa altura em que o desejado Pepa, substituto de Filipe Rocha, iniciara, devagar, a recuperação classificativa.

O Paços só logrou largar definitivamente os lugares de descida após a 14.ª jornada, bem antes da interrupção dos campeonatos devido à pandemia de covid-19, na 25.ª, mas nunca conseguir ganhar uma vantagem pontual capaz de tranquilizar a equipa.

O central Marcelo, o médio Stephen Eustáquio e o extremo João Amaral foram determinantes nesta recuperação, aportando experiência e qualidade a um grupo em que brilhou também o avançado Douglas Tanque, máximo goleador da equipa, com 11 tentos no campeonato, seis dos quais depois da retoma do campeonato, coincidindo com a melhor fase da equipa.

O último terço da prova mostrou mesmo o melhor rosto do Paços, assente numa sequência de quatro triunfos em seis jogos, conseguindo, como pouco se vira até aí, aliar resultados e exibições.

Nas últimas 13 rondas, o conjunto de Pepa só perdeu frente a Vitórias de Guimarães, Sporting, FC Porto e Sporting de Braga, somando mais sete vitórias e dois empates.

O Paços adiou, ainda assim, uma e outra vez a permanência, que apenas seria confirmada após a vitória caseira diante do Portimonense, por 2-1, na penúltima jornada, concluindo a prova no 13.º lugar, com 39 pontos, após empate 3-3 em Barcelos.