O Sporting apresentou na edição 2022/23 da I Liga um futebol de ‘duas faces’, oscilando entre exibições de bom nível e medíocres, razão que ajuda a explicar que apenas tenha alcançado o quarto lugar, falhando claramente os objetivos.

Foi uma época difícil para os ‘leões’, a mais complicada na ‘era’ do técnico Rúben Amorim, com a equipa de Alvalade a viver um início desastroso de campeonato, com uma vitória, um empate e duas derrotas logo nas primeiras quatro jornadas, situação deixou ‘marcas’ para o resto da prova.

Cedo fora das contas do título, o Sporting apontou as ‘baterias’ para a Liga dos Campeões, mas também deixou fugir os ‘milhões’ dessa prova, apesar de ter melhorado bastante durante a segunda volta da I Liga.

Os ‘leões’ acabam o campeonato com 75 pontos, menos 11 do que em 2021/22, em que ficaram no segundo lugar, e 2020/21, época que marcou o regresso ao título nacional.

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O Sporting somou igualmente seis derrotas, o dobro da última temporada, depois de ter sofrido apenas uma na temporada da vitória no campeonato.

Foi um Sporting de duas faces, como o próprio treinador Rúben Amorim chegou a admitir após o empate com o campeão Benfica (2-2), na penúltima jornada, num jogo que foi o ‘espelho’ da temporada ‘leonina’.

Com uma excelente primeira parte, a equipa de Alvalade construiu uma justa vantagem de 2-0, mas depois sofreu um ‘eclipse’ na segunda metade, acabando por permitir a igualdade.

A edição 2022/23 da I Liga começou com o Sporting a empatar em Braga (3-3) e com um triunfo caseiro sobre o Rio Ave (3-0), mas depois sofreu um sério ‘trambolhão’ com um pesado desaire no campo do FC Porto (3-0) e outro inesperado na receção ao Desportivo de Chaves.

Os jogos longe de Alvalade começaram a ser um problema nesta fase, seguindo-se derrotas com Boavista (2-1), Arouca (1-0) e Marítimo (1-0), situação que deixou o Sporting a 12 pontos da liderança no final da primeira volta e com uma diferença de golos negativa nos jogos fora, algo pouco comum para uma equipa ‘grande’ e candidata ao título.

O cenário mudou bastante na segunda metade da I Liga, com o Sporting a ceder apenas um desaire (em casa com o FC Porto, por 2-1) e três empates, mas tudo acabou por acontecer tarde demais no reino do ‘leão’.

Pedro Gonçalves ainda ‘remou contra a maré’, assinando 15 golos e 11 assistências, juntando-se ao uruguaio Ugarte e o inglês Edwards na lista de figuras que mais estiveram em destaque na equipa de Amorim.

Pelo lado contrário, Francisco Trincão foi uma verdadeira desilusão, ainda mesmo tendo em conta o estatuto de internacional português e antigo jogador do FC Barcelona, assim como Paulinho, que fez apenas cinco em toda a prova, muito pouco para a figura mais avançada da equipa.

A saída de Matheus Nunes para o Wolverhampton ainda no verão, já o campeonato a decorrer, deixou igualmente marcas na época do Sporting, acontecendo durante a reabertura do mercado de inverno, quando o espanhol Porro rumou a Inglaterra para representar o Tottenham.