O 38.º título do Benfica explica-se pela performance da equipa nos jogos diante dos ditos clubes pequenos, mas também pelos encontros em casa, onde os encarnados apenas perderam cinco pontos.  Na Luz, a equipa encarnada só não venceu o FC Porto (1-2) e o Sporting (2-2). Fora de casa, os novos campeões nacionais perderam pontos em Braga (0-3) Chaves (0-1), diante do Vitória de Guimarães (0-0) e em Alvalade frente ao Sporting (2-2).

Numa época de mudança na Luz com a chegada de Roger Schmidt, o único técnico estrangeiro da I Liga, os encarnados entraram a todo o gás, ao somarem sete vitórias seguidas na prova. A série foi interrompida em Guimarães onde empatou com o Vitória local a zero bolas. Seguiram-se depois cinco triunfos seguidos, incluindo a vitória no Dragão diante do FC Porto na 10.ª ronda, onde cavou um fosso de seis pontos para o rival.

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À 16.ª jornada chegaram os primeiros pontos perdidos na Luz, na receção ao rival Sporting (2-2). Depois, o Benfica voltou a entrar nos eixos para bater, de novo, o recorde de triunfos da época na prova. Foram dez vitórias seguidas.

Os ataques ganham jogos, as defesas ganham campeonatos

A vantagem de 10 pontos para o FC Porto, o segundo colocado, à 26.ª ronda, deixava claro que o título estaria de volta à Luz, três anos depois. As duas derrotas seguidas, com os dragões em casa e fora de portas com o GD Chaves, não abalaram a fé do Benfica rumo ao 38.º título de campeão nacional.

No seu primeiro ano na Luz, Roger Schmidt fez valer a máxima: 'Os ataques ganham jogos, as defesas ganham campeonatos'. O Benfica detém o ataque mais concretizador e a defesa menos batida.

E foi fora de casa que a defesa do Benfica esteve em evidência. A formação encarnada esteve seis jogos sem sofrer golos longe da Luz, facto que lhe permitiu igualar o melhor registo de uma equipa na I Liga desde 2016/2017, quando FC Porto não foi batido em seis saídas seguidas.

Por falar em defesa, há um número que salta à vista: os 20 jogos sem sofrer golos na Liga.

Um Benfica de recordes

À 26.ª ronda, ao vencer o Rio Ave por 1-0, o Benfica igualou o seu melhor registo na Primeira Liga (seis jogos sem sofrer golos fora de casa). Nas épocas 1975/76 e 1977/1978, o emblema da Luz também manteve a sua baliza a zeros durante seis jogos consecutivos longe de casa para a Primeira Liga.

Foi também em Vila do Conde que o Benfica conseguiu o segundo melhor registo de invencibilidade a abrir uma época, ao somar 28 jogos sem perder. A invencibilidade terminou a 30 de dezembro de 2022, em Braga, onde o Benfica sofreu a primeira derrota da época.

A formação benfiquista somou 23 vitórias e cinco empates (73-20 em golos) em todas as competições, perdendo apenas para a temporada 1959/60, iniciada com 31 jogos sem perder. Nessa época os encarnados não disputaram as competições europeias.

Em 1959/60, o Benfica só caiu a primeira vez em 29 de maio de 1960, na 30.ª e última ronda do campeonato (1-2 na receção ao Belenenses).

Durante a época 2022/23, Schmidt já tinha superado os 22 jogos sem perder de Jorge Jesus, alcançado em 2011/12.

Voltando aos resultados, durante a época, o Benfica apenas conseguiu aplicar seis goleadas, quatro delas em casa: 4-0 ao Arouca, 5-0 ao Marítimo, 5-1 ao Vitória Sport Clube e ao GD Chaves na Luz, 5-1 ao Estoril e ao Portimonense fora de portas.

Numa época em que nem sempre foi possível jogar bom futebol, os encarnados salvaram os três pontos em vários jogos difíceis, conseguindo assim o mais importante.

Foram nove vitórias a tangente, fora com Casa Pia (0-1), Rio Ave (0-1), FC Porto (1-0) e Famalicão (1-0) e na Luz com Paços Ferreira (3-2), Vizela (2-1), Portimonense (1-0), Estoril (1-0) e SC Braga (1-0).

Depois do empate diante do Sporting na 33.ª ronda, foi preciso esperara até a última jornada diante do Santa Clara na Luz para se fazer a tão aguardada festa de campeão.

Três épocas depois, o Benfica está de volta aos títulos, que lhe permite reforçar o estatuto de clube com mais campeonatos nacionais: já são 38.