As duas derrotas anteriores com o Braga nesta época foram o melhor prenúncio possível para a vitória deste sábado do Benfica, por 2-0. A expectativa de uma ‘vingança’, a pressão de um jogo crucial na luta pelo título, o apoio de mais de 60 mil pessoas na Luz e a redescoberta da famosa ‘nota artística’ consubstanciaram o triunfo da equipa de Jorge Jesus.

Fiel ao rumo recente, o treinador do Benfica repetiu o onze inicial das últimas semanas, com Pizzi e Samaris a alinharem lado a lado no meio-campo e Jonas e Lima a reeditarem a parceria no ataque. Do outro lado da barricada estava um Braga com sede de atrevimento e vontade de limpar a fraca imagem deixada diante do FC Porto. Sérgio Conceição recuperou Pardo para a titularidade, dando gás a um jogador que já havia sido decisivo contra os encarnados.

No entanto, o campo parecia inclinado nos primeiros minutos com um verdadeiro assalto encarnado à baliza de Matheus. Com um futebol apoiado, enleante e muito dinâmico, os campeões nacionais baralhavam as marcações defensivas dos forasteiros, mas ficavam aquém na criação de chances de golo para tanta pressão.

O Braga era quase um espectador no jogo, remetido a um papel secundário, face à incapacidade da equipa minhota de sair para o ataque. Jorge Jesus estudou bem os erros cometidos nos jogos anteriores e a formação de Sérgio Conceição não teve o espaço que gosta para as suas transições rápidas.

Assim, o golo que parecia uma questão de tempo para a superioridade do Benfica acabou por se concretizar aos 21’, por Jonas. Um tiro de fora da área de Jonas fez o 1-0, na sequência de boa combinação com Lima e Gaitán, reforçou a confiança encarnada e a crença de que ao terceiro duelo se conseguiria mesmo a primeira vitória. O golo sofrido não trouxe alterações significativas ao jogo do Braga, não só por falta de inspiração generalizada, mas também, e sobretudo, pelo acerto defensivo dos anfitriões, que controlaram o jogo até ao intervalo.

No segundo tempo, o Braga ressurgiu mais empenhado em mudar a face do jogo e conseguir a sua terceira reviravolta diante do clube da Luz, tal como havia alcançado nos dois duelos anteriores. Puro engano, pois Júlio César raramente teve de se aplicar e o dia não estava de feição para Pardo, Zé Luís e Rafa.

A expulsão de Tiago Gomes, aos 60’, por falta dura sobre Salvio, precipitou o fim da reacção minhota. O pouco caudal ofensivo dos minhotos tornou-se ainda menor, abrindo caminho à estocada final do Benfica. E depois de algumas oportunidades desperdiçadas, o triunfo ficou selado novamente de fora da área.

Aos 77’, Eliseu conseguiu finalmente o golo que já tentara com o seu forte pontapé e respondeu com um tiro colocado a uma boa abertura de Samaris. Contudo, o guardião Matheus podia ter feito melhor para evitar o golo dos encarnados. Era o 2-0 final, deixando a Luz em ebulição com a vitória.

Após o jogo, Jorge Jesus realçou a boa exibição do Benfica, enquanto Sérgio Conceição reconheceu que o Braga não esteve à altura do clube da Luz.