O Benfica deixou a direção da Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Lourenço Coelho, que representava os 'encarnados' na Liga, renunciou ao cargo esta sexta-feira.
Os 'encarnados' são um dos clubes que têm contestado a forma como Pedro Proença tem liderado o organismo, principalmente nos últimos dias, face a pandemia de COVID-19.
A última 'gota de água' foi a a carta enviada por Pedro Proença ao Presidente da República e ao Ministro da Economia, onde terá sugerido uma audiência para discutir a possibilidade de transmitir, em sinal aberto, alguns dos 90 jogos das jornadas que faltam para terminar a I Liga.
Esta carta foi enviada sem o conhecimento dos clubes, que se mostraram surpresos com a decisão do líder da Liga, escreve a imprensa portuguesa. As operadoras de televisão não terão gostado dessa decisão e, esta sexta-feira, a NOS, principal patrocinadora da Liga, anunciou que deixará de patrocinar a prova na próxima época.
Em comunicado, a operadora de telecomunicações afirma que "entende ser oportuno informar da sua intenção de não renovação da parceria que celebrou com a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), após o término da época de 2020/2021, materializada no apoio como patrocinador principal e 'naming sponsor'".
António Salvador, presidente do SC Braga, tinha pedido, em reunião com Pedro Proença e os 18 emblemas da I Liga, que os membros da Direção da Liga deviam demitir-se, por inoperância.
Escreve o jornal 'O Jogo' que Salvador terá dito que, se os oito clubes que integram a Direção da Liga (Benfica, FC Porto, Sporting, Tondela, Gil Vicente, Leixões, Mafra e Cova da Piedade) não tinham conhecimento da iniciativa de Pedro Proença, então não estão a fazer nada. E se sabiam, acabaram por atraiçoar os restantes.
De acordo com o jornal 'O Jogo', Pedro Proença terá dito aos representantes dos clubes que não ofereceu os direitos televisivos a operadores de sinal aberto sem quaisquer contrapartidas para os clubes e para os operadores que são seus proprietários.
Na quinta-feira, Proença pediu à Mesa da Assembleia Geral (AG) a marcação de uma reunião magna para 09 de junho, para discutir a governação do organismo e apreciar o apoio anunciado para os clubes da II Liga, entre outros pontos da ordem de trabalhos que podem ser agendados pelos emblemas profissionais.
Uma outra fonte ligada ao processo confirmou à Lusa que, na reunião de quinta-feira, Pedro Proença realçou que o seu lugar está sempre à disposição dos clubes, rejeitando que o antigo árbitro tenha colocado o lugar à disposição, acrescentando que o presidente do organismo vai apresentar na AG um modelo de governação com uma direção executiva, sem clubes representados.
A direção da Liga de Clubes é formada por Pedro Proença e José Couceiro (FPF), além dos clubes mencionados (Benfica, FC Porto, Sporting, Tondela, Gil Vicente, Leixões, Mafra e Cova da Piedade).
A direção da LPFP foi reeleita em 12 de junho de 2019, quando Pedro Proença, que preside ao organismo desde 2015, foi candidato único e recebeu 46 dos 48 votos possíveis.
*Artigo atualizado
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