Os encarnados informaram através de um comunicado divulgado no site oficial do clube que processaram a antiga eurodeputada Ana Gomes por "denegrir o nome do Benfica e dos membros dos seus órgãos sociais".

Em causa estão acusações de Ana Gomes aos encarnados feitas através de rede social Twitter sobre a transferência de João Félix para o Atlético de Madrid.

Bruno Faria Lopes, jornalista da revista 'Sábado' publicou um 'tweet' em que questionava os valores da venda do avançado de 19 anos. "Um jogador de futebol com apenas 19 anos, que jogou meia época num campeonato de terceira categoria, e que aí se revelou, é vendido por 120 milhões de euros, naquela que é a quarta maior transferência de sempre. Ainda não li uma explicação racional, e fundamentada, para isto", escreveu.

De seguida, Ana Gomes respondeu a Bruno Faria Lopes insinuando que seria uma esquema de lavagem de dinheiro. "Não será negócio de lavandaria?", escreveu a ex-eurodeputada.

Na sequência desta insinuação, os encarnados decidiram prosseguir para a via judicial. "O Sport Lisboa e Benfica considera que a declaração em causa não configura um caso de mero exercício da liberdade de expressão e que, pelo contrário, tem o exclusivo propósito de denegrir o nome do Benfica e dos membros dos seus órgãos sociais. Tem por isso o dever, perante os seus sócios e adeptos, de solicitar, desta vez, a apreciação desta questão pelos órgãos constitucionalmente competentes para o efeito, os Tribunais, o que fará pela instauração de um processo através dos seus advogados", pode ler-se no comunicado.

Recorde-se que a antiga eurodeputada Ana Gomes tem sido bastante critica da atuação das autoridades portuguesas no caso de Rui Pinto, alegado 'hacker' português que colaborou com o Football Leaks e suspeito de estar envolvido no roubo de correspondência eletrónica do clube da Luz.

Ana Gomes já defendeu por várias vezes Rui Pinto, ao argumentar que este "pode ter feito um tremendo serviço à comunidade" ao expor "corrupção bem entrincheirada", que envolve "esquemas de corrupção e que comprometem o futebol e o crime organizado ligado ao futebol".

Esta não é a primeira vez que a antiga eurodeputada levanta suspeitas sobre alegados esquemas de lavagem de dinheiro do Benfica. Em 2016, Ana Gomes escreveu uma carta à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Judiciária (PJ), solicitando que estes dois organismos procedessem às diligências necessárias para averiguar o caso relacionado com a transferência do jogador paraguaio Francisco Vera para o Benfica.

Confira na íntegra o comunicado do Benfica:

"O Sport Lisboa e Benfica e os membros dos seus órgãos sociais respeitam, por isso, todas as opiniões críticas que lhes sejam dirigidas no democrático exercício da liberdade de expressão constitucionalmente consagrada, por mais torpes, hipócritas ou oportunistas que as mesmas sejam.

Pela sua dimensão, é até inevitável que o Sport Lisboa e Benfica e, por inerência, os membros dos seus órgãos sociais sejam alvo de opiniões e críticas de toda a espécie e sejam mesmo visados negativamente por pessoas que apenas buscam o protagonismo fácil. Sempre foi assim e sempre assim será, sobretudo na era das redes sociais, que tão propícias são para o efeito. É, pois, uma realidade com a qual o Sport Lisboa Benfica tem de saber lidar e conviver.

O Sport Lisboa e Benfica e os membros dos seus órgãos sociais têm também, no entanto, desde logo perante os seus sócios, adeptos e simpatizantes, o dever de não permitir que o nome do Benfica seja objeto de difamação à margem de qualquer exercício de liberdade de expressão.

No passado dia 27 de junho de 2019, através de um comentário publicado na rede social Twitter, a Dr.ª Ana Gomes, ex-eurodeputada, objetivamente conotou a venda do atleta do Sport Lisboa e Benfica, João Félix, com uma operação de lavagem de dinheiro/branqueamento de capitais. A sua declaração foi objeto de significativa repercussão na imprensa nacional e estrangeira, gerando enorme indignação no Sport Lisboa e Benfica, nos membros dos seus órgãos sociais, sócios e adeptos.

O Sport Lisboa e Benfica considera que a declaração em causa não configura um caso de mero exercício da liberdade de expressão e que, pelo contrário, tem o exclusivo propósito de denegrir o nome do Benfica e dos membros dos seus órgãos sociais. Tem por isso o dever, perante os seus sócios e adeptos, de solicitar, desta vez, a apreciação desta questão pelos órgãos constitucionalmente competentes para o efeito, os Tribunais, o que fará pela instauração de um processo através dos seus advogados."