O Benfica reagiu esta quarta-feira à posição da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista sobre as declarações de Francisco J. Marques em Tribunal na condição de arguido no caso do roubo e divulgação dos e-mails do clube da Luz.

"Ficou agora a saber-se que o porta-voz do roubo dos e-mails mentiu em tribunal ao invocar o estatuto de jornalista e praticou assim mais um crime, agora de usurpação de funções, tendo levado a própria Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas a tomar uma posição pública. Quando se pensa que não é possível descer mais, existe sempre quem consiga surpreender", pode ler-se na newsletter 'Benfica News' desta quarta-feira.

Recorde-se que o Secretariado da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista repudiou ontem em comunicado as declarações proferidas em tribunal pelo dirigente portista.

"O Secretariado da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista repudia as declarações feitas em tribunal por Francisco J. Marques, arguido no processo dos mails do Benfica, ao tentar declarar-se como jornalista e invocar interesse jornalístico na divulgação daquela correspondência, conforme noticiado nos últimos dias em vários jornais", pode ler-se no comunicado da CCPJ.

"Francisco J. Marques é director de comunicação do Futebol Clube do Porto, funções que, como bem sabe, são incompatíveis com a profissão de jornalista. Isso mesmo é explícito no artº 3º, nº 1 al. b) do Estatuto do Jornalista (Lei n.º 1/99 de 13 de Janeiro) as “funções de marketing, relações públicas, assessoria de imprensa e consultoria em comunicação ou imagem, bem como de planificação, orientação e execução de estratégias comerciais”." acrescentou o Secretariado da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista.

"Francisco J. Marques está bem consciente desta incompatibilidade, tanto que não revalida o seu título profissional desde Fevereiro de 2012, quando deixou o jornalismo para ir trabalhar para a comunicação daquele clube desportivo", frisou o Secretariado da CCPJ.