Dezenas de adeptos do Benfica, portugueses e angolanos, festejaram hoje em Luanda a conquista do campeonato de futebol, 'apadrinhada' por uma águia em madeira de 50 quilos que levou seis meses a fazer e que seguirá para Lisboa.
A iniciativa partiu dos sócios da "Casa 70", conhecida sala de festas na Vila Alice, centro de Luanda, local de concentração dos benfiquistas na capital angolana em dia de jogo grande do clube, como foi o caso de hoje, em que cerca de uma centena assistiu, via televisão, à partida que em Lisboa deu o 'tetra' ao Benfica.
"O Benfica é uma nação em Angola. Basta ver pelas festas que há agora pela cidade toda", disse à Lusa Marco Cunha, um dos donos do espaço, ainda emocionado pela vitória (5-0) sobre o Vitória de Guimarães que deu o campeonato aos da casa, festejado em Luanda, a mais de 6.000 quilómetros de distância.
Uma conquista que começou a ser preparada, ou pelo menos antecipada, pelos adeptos benfiquistas de Luanda há seis meses, com a encomenda de uma escultura de uma águia em madeira tropical 'panga panga' com cerca de 50 quilos.
"Encomendamos esta escultura para oferecer à direção do SL Benfica pelos quatro títulos consecutivos. Acho que é um esforço e nós, adeptos do Benfica, temos de agraciar a direção com esta oferta e nada melhor que isto: Uma escultura feita em 'panga panga', por um artista nacional, que levou seis meses a fazer", explicou Marco Cunha, um dos ferrenhos adeptos benfiquistas que fizeram hoje a festa em Luanda.
A águia, "oferecida em nome dos adeptos angolanos", segue dentro de dias viagem para Lisboa, onde estes esperam venha a ocupar lugar no Museu Cosme Damião.
Já em plena festa vermelha e branca, Joana Sampaio, portuguesa a trabalhar em Angola há três anos, foi supersticiosa e assistiu ao jogo do título, pela terceira vez consecutiva, no mesmo local. "Mais do que uma tradição, já é superstição", explicou a benfiquista, agora sem os dois colegas portugueses com quem, em 2015 e 2016, também na "Casa 70", assistiu ao jogo do título.
"Neste momento eu sou a única que resta do grupo que há três anos estava aqui", atirou, emocionada pelo terceiro título que festeja, "com saudade e nostalgia", longe de casa, no norte de Portugal.
A jogar em casa, a angolana Emanuela Gouveia vestiu-se a rigor para, acompanhada pelas duas filhas, festejar a vitória benfiquista na "Casa 70".
"Sou do Benfica de alma, sangue e coração. Este título tem um sabor especial porque é o primeiro tetra, para mim e para todos os benfiquistas. Eu amo o Benfica", garantia, sorridente.
Mário Rafael, português de 36 anos e há uma década a trabalhar em Angola, recordava, durante a festa benfiquista, que tem agora tantos anos como os títulos de campeão do Benfica: "Os benfiquistas estão em todo o lado. Angola não podia ser exceção. Este título tem um sabor especial porque foi conquistado no campo e não na secretaria, com pressão, confusão, confusão".
Para este português, um dos elementos do grupo autointitulado "Nação Benfiquista em Angola", o tempo, além desta festa, é já de preparar a próxima.
"A festa, em Luanda, é garantida. O Benfica é uma nação e todos juntos vamos trabalhar para o penta", rematou.
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