O Bloco de Esquerda (BE) entregou esta segunda-feira uma lista com 18 entidades que quer ouvir na comissão de inquérito sobre o Novo Banco, entre elas Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica.

Num requerimento enviado hoje ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, Fernando Negrão, a bancada bloquista pede a audição de várias entidades, entre elas, os ex-ministros das Finanças Mário Centeno (PS) e Maria Luís Albuquerque (PSD/CDS-PP).

À semelhança dos requerimentos do PSD e PAN, também entregues hoje, o BE quer ouvir no parlamento Carlos Costa, ex-governador Banco de Portugal e João Costa Pinto, ex-Presidente do Conselho de Auditoria do Banco de Portugal.

A lista prossegue, com pedidos de audiência ao presidente do Conselho de Administração Executivo do Novo Banco, António Ramalho, aos ex-administradores BES/Novo Banco Vítor Bento e José Honório, ou ainda a Luís Máximo dos Santos, presidente do Fundo de Resolução.

Para o Bloco de Esquerda, será ainda importante ouvir em comissão parlamentar Nuno Vasconcellos, ex-Administrador e Sócio da Ongoing, destacando-se na lista o nome de Luís Filipe Vieira, presidente do Sport Lisboa e Benfica, pelas suas ligações à empresa Promovalor.

Os grupos parlamentares têm até hoje para entregar os requerimentos com a listagem de documentos a que pretendem aceder e de audições a solicitar, no âmbito da comissão de inquérito ao Novo Banco.

O presidente da comissão, Fernando Negrão, disse que até dia 06 de janeiro as listagens de documentos e entidades a ouvir serão distribuídas por todos os partidos e apelou ao cumprimento destes prazos para que a comissão possa funcionar "com o ritmo necessário".

A comissão "deve funcionar pelo prazo mais curto que permita cumprir os seus objetivos, não ultrapassando os 120 dias", e tem quatro pontos no seu objeto.

Os quatro pontos abrangem o "período antecedente à resolução e relativo à constituição do NB [Novo Banco]", o "período antecedente e relativo à alienação", o "período após alienação" e ainda pretende "avaliar a atuação dos governos, BdP [Banco de Portugal], FdR [Fundo de Resolução] e Comissão de Acompanhamento no quadro da defesa do interesse público".