João Loureiro vai recandidatar-se à presidência do Boavista nas eleições para os corpos sociais do clube, marcadas para 29 deste mês, e considera que a entrada de um "parceiro estratégico poderia ser positivo" para a instituição.

O dirigente falou à agência Lusa sobre a sua decisão e disse que tem "três ideias essenciais para o próximo mandato: consolidar, renovação e crescimento sustentado".

A última ideia foi a que mais atenção mereceu da sua parte, visto que, segundo salientou, pode "percorrer o caminho que percorreu até agora pelos seus únicos e exclusivos meios" ou aliar-se a um "parceiro estratégico" e desta forma voltar a ser mais depressa o que foi no passado, quando conquistou nove títulos nacionais.

João Loureiro advertiu que a primeira via pode levar até "uma década" até o Boavista voltar ao seu "lugar histórico de quarto grade clube de futebol", logo após os chamados grandes.

A segunda via não está quantificada, mas João Loureiro diz que com ela "o crescimento sustentado poderá ser mais rápido".

"Penso que é o que todos ambicionámos", considera, acrescentando que "encontrar uma parceria será um trabalho para o próximo mandato" de três anos.

O dirigente disse que já "houve contactos" nesse sentido, referiu também que "todos os passos estatutários estão dados com vista a essa possibilidade" e, por fim, notou, que tal passo não será dado a qualquer preço.

“A entrada de um parceiro será liquidar passivo e permitir ter outros horizontes desportivos" que o Boavista não pode ter neste momento, com o clube e a SAD ainda muito condicionados por problemas financeiros.

O parceiro deverá ser internacional, porque "a realidade nacional não é no sentido de haver grandes" investidores, e, destacou, que "seria uma situação que poderia ser positiva para o clube".

João Loureiro disse que os três últimos anos foram "bastante positivos", visto que em 2012, quando voltou a ser eleito presidente ‘axadrezado’, "havia uma forte possibilidade do Boavista falir".

Nesse ano, a direção anterior à sua aderiu a um programa oficial de regularização das suas dívidas junto dos credores e, mais tarde, a SAD seguiu-lhe o exemplo.

"Sem isso [o PER] poderia neste momento já nem existir o Boavista", assinalou, recordando que outro momento igualmente importante, este já no seu mandato, foi o regresso do Boavista à I Liga portuguesa de futebol.

João Loureiro realçou que o clube e a SAD, liderada por Álvaro Braga Júnior, têm conseguido, "com muitas dificuldades", cumprir os compromissos assumidos com os credores.

"Estive um pouco indeciso sobre se me devia recandidatar, porque estes três anos foram muito desgastantes. Passámos aqui momentos de muita ansiedade, mas porque ainda há algumas coisas para consolidar o trabalho destes três anos entendi que devia continuar e uma boa parte da equipa com que trabalhei vai continuar", afirmou.

O Boavista possui hoje "uma situação muito melhor em termos económicos".

"O passivo do grupo Boavista [clube e SAD] baixou para cerca de metade. Era de quase 65 milhões de euros e neste momento andará pelos 30 milhões. O da SAD era de 32 milhões e, por força de negociações, do aumento de capital e dos pagamentos que já fizemos, rondará nesta altura os 21 milhões", frisou.

O clube e a SAD pagam 130 mil euros por mês aos seus credores, mas João Loureiro sustenta que "a situação é hoje mais satisfatória, sem comparação" do que quando voltou ao clube, faz este mês três anos.

"Entre clube e SAD, houve uma redução global do passivo de cerca de 45 milhões de euros", realça.

João Loureiro vai a votos com o intuito de consolidar o "alicerce mínimo de sustentação para o futuro" erguido nestes últimos três anos e pretende também renovar os quadros da direção do clube e da própria SAD, mantendo “as pessoas experientes que deram o seu contributo ao longo destes anos".