O Boavista reafirmou, esta sexta-feira, que pedirá a sua «recolocação na primeira divisão» de futebol e uma «uma indemnização» se o Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa (TAFL) considerar nula a decisão que confirmou a sua descida ao escalão secundário, em 2008.

A garantia é do presidente da SAD boavisteira, Álvaro Braga Júnior, que hoje deu uma conferência de imprensa no Estádio do Bessa, no Porto, em que recordou, nomeadamente, que o Boavista recorreu para o TAFL daquela decisão, tomada pelo Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol a 4 de Julho do mesmo ano.

A polémica decisão saiu de uma reunião que os ‘axadrezados’ consideram «ilegal», pois foi concluída sem a presença do presidente daquele órgão, Gonçalves Pereira, e do vice-presidente Costa Amorim.

Álvaro Braga Júnior anunciou que «o processo está concluído desde 7 de Setembro de 2009 e está nas mãos de uma juíza», sendo sua convicção que «a decisão não pode ser outra senão dar razão» ao Boavista.

Os responsáveis ‘axadrezados’ acreditam que a sentença só não ainda foi tomada devido à conhecida morosidade da justiça portuguesa.

«Este processo é fundamental para o futuro desta instituição», disse Álvaro Braga Júnior, que pediu ainda ao TAFL para que não contemporize com possíveis «manobras dilatórias para ganhar tempo».

«Percebo que não seja uma decisão fácil, mas aquilo que eu peço é uma decisão», insistiu, argumentando que a «ausência de uma decisão perturba o futuro do clube porque sem futebol, ao mais alto nível o Boavista terá muitas dificuldades»

O Boavista - campeão nacional em 2001 – encontra-se hoje na II Divisão-Zona Centro, em que, com 13 jornadas disputadas, ocupa o quarto lugar da classificação, a sete pontos do líder, Tondela.

Álvaro Braga Júnior afirmou que os últimos três anos foram de «enormes dificuldades» para o Boavista, numa referência clara aos graves problemas financeiros causados pela perda de receitas avultadas com despromoção forçada, em 2008, à segunda divisão do futebol nacional.

O dirigente considera que «o Boavista não tem muito mais tempo» para esperar por um a decisão do TAFL, que em sua opinião será favorável ao clube portuense.

Álvaro Braga Júnior diz que o Boavista é hoje «um milagre diário» tais são as duas dificuldades. A título de exemplo, disse que a receita do último jogo foi de cerca de “dois mil euros”, sendo que a instituição paga “11 mil euros” por mês só de luz.

O dirigente lembrou que o clube tem «107 anos de história e movimenta 1500 atletas» distribuídos por 25 modalidades, para depois aproveitou lamentar o que disse ser a atitude «amorfa e distante da cidade do Porto face às «instituições que lhe deram prestígio», lembrando que o Salgueiros foi a primeira vítima desse alegado alheamento.

O Boavista anunciou ainda que vai apresentar «uma queixa-crime contra o doutor João Abreu», antigo vogal do CJ, por este ter afirmado que Gonçalves Pereira tinha «estratégia combinada» com o Boavista e o FC Porto para anular a decisão de despromover o Boavista e punir Pinto da Costa no âmbito do processo Apito Final.