O Boavista insurgiu-se hoje contra o Gil Vicente afirmando que apresentou "certidões oficiais da Autoridade Tributária e da Segurança Social" para poder inscrever, com êxito, a sua equipa na I Liga 2015/16.

Em comunicado, a SAD axadrezada realça que o regulamento de competições da Liga de Clubes exige "acordo celebrado" entre o clube candidato, o Fisco e a Segurança social para que a inscrição numa prova profissional possa ser validada.

"O Boavista cumpriu escrupulosamente tal requisito, ou seja, cumpriu com tudo o que o Regulamento de Competições aprovado em Assembleia Geral pelos clubes exige para inscrever a sua equipa de futebol. Ponto final", lê-se no comunicado dos ‘axadrezados’.

A posição boavisteira surge após o Gil Vicente ter anunciado esta sexta-feira que recorreu para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol da decisão da Comissão Executiva da Liga de admitir as candidaturas do Boavista e também do Vitória de Setúbal à participação na I Liga 2015/16.

Os gilistas alegam ser ilegal a admissão de candidatos que figuram na lista dos maiores devedores nacionais ao fisco, caso da Boavista Futebol Clube, Futebol SAD, que deve mais de 15 milhões de euros.

Os axadrezados recordam que recorreram "a instrumentos legais ao dispor de quaisquer empresas desportivas, ou de qualquer outro setor de atividade", para regularizar a sua situação face ao Fisco, à Segurança Social e a outros credores, "nomeadamente a um procedimento SIREVE (Sistema de Recuperação de Empresas por Via Extrajudicial)”.

Tal procedimento, afirmam, foi "aprovado por mais de 82% dos seus credores, entre eles os públicos”.

O Boavista refere ter sido notificado em 15 de junho de que a Comissão de Auditoria da Liga tinha dado "parecer positivo" à sua participação na próxima edição da I Liga, referindo quer "não podia ser de outra forma" porque cumpriu o que lhe foi exigido.

"É com total tranquilidade e sem qualquer preocupação" que a Boavista SAD diz encarar qualquer diligência do Gil Vicente - que foi despromovido à II Liga - ou de qualquer outro clube ou sociedade desportiva, relacionada com a sua inscrição na prova maior do futebol português.

Salienta também que exigirá o "absoluto ressarcimento" se for prejudicada pela iniciativa do Gil Vicente ou de outra entidade.

O Boavista acrescenta que para poder cumprir o acordo celebrado com os credores, na temporada anterior, "teve um orçamento para o futebol excecionalmente baixo, seguramente o mais baixo da I Liga".

Fonte boavisteira afirmou à agência Lusa que, para pode respeitar o tal acordo, o Boavista teve como que "um orçamento paralelo" ao do futebol.

"Gastámos praticamente o mesmo com o Fisco e a Segurança Social que com o futebol", acrescentou.

"Não temos culpa que outros, com orçamento três ou quatro vezes superiores, não tenham tido competência para gerir desportivamente as entidades que gerem com sucesso, tendo no campo (e com justiça) baixado de divisão", salienta o Boavista.

O Boavista terminou a I Liga 2014/15 no 13.º lugar, com 34 pontos, ao que passo que o Gil Vicente foi 17.º, com 23 pontos, e baixou à divisão inferior.