Júlio Vieira de Castro, candidato às eleições do Vitória de Guimarães, criticou hoje a presença de um texto do atual presidente e recandidato ao clube da I Liga portuguesa de futebol, Júlio Mendes, num boletim católico do concelho.

O documento em questão, entregue semanalmente em 14 paróquias do arciprestado de Guimarães e Vizela, contém, neste fim de semana, uma mensagem assinada por Júlio Mendes relativa ao período de Quaresma, em que o dirigente salienta a "esperança" que o clube, tendo por base o passado, pode ser melhor no futuro, e as "competências" dos colegas de direção com quem parte para o ato eleitoral de 24 de março, algo que Júlio Vieira de Castro lamentou.

"Acho lamentável a questão do boletim interparoquial. Ao futebol o que é do futebol, à religião o que é da religião. Devemos ‘separar as águas'. A Igreja [Católica], ou uma pessoa relacionada com a Igreja pode ser apoiante de quem quiser como cidadão, mas dever-se-ia manter à margem do processo eleitoral", disse, à margem da inauguração da sua sede de campanha, na rua Paio Galvão, junto ao Toural, em Guimarães.

A crítica do candidato do movimento ‘Novo Vitória' (lista A) surgiu após uma outra que já fizera ao apoio declarado a Júlio Mendes por alguns políticos vimaranenses, inclusive o vereador municipal responsável pelo desporto, Ricardo Costa, realçando que, "pelo lugar que ocupam perante a sociedade vimaranense", deveriam "ter mais cuidado e mais respeito" pelo clube e os seus associados.

O candidato, que até agora prometeu, em caso de eleição, a colocação do emblema a lutar, no futebol, pelo acesso à Liga dos Campeões no final do primeiro mandato, a criação de uma nave para as modalidades e de camarotes na Bancada Nascente do Estádio D. Afonso Henriques, disse que, por "uma questão estratégica", vai anunciar mais propostas quando as eleições estiverem mais próximas.

Sobre a contratação do treinador José Peseiro - estreia-se hoje no banco vitoriano, na receção ao Belenenses, às 20:15, para a 25.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol -, o candidato disse nada ter contra o técnico enquanto "pessoa" e "treinador", mas sim contra a justificação de Júlio Mendes - tem mandato na SAD até 2019 - para a assinatura de um contrato de época e meia.