Os Bombeiros Voluntários de Brasfemes, no concelho de Coimbra, denunciaram esta terça-feira uma dívida da Académica - Organismo Autónomo de Futebol superior a 10 mil euros, por serviços prestados no Estádio Cidade de Coimbra durante a época passada.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da direção da corporação, Gonçalo Santos, lamentou que o clube da I Liga de futebol tenha ainda prescindido daqueles serviços sem qualquer aviso, além de não ter liquidado o valor em débito.

"Há oito anos que os Bombeiros de Brasfemes prestavam este serviço à Académica, que até ao início da época passada trouxe os pagamentos sempre equilibrados", disse o dirigente, salientando que a partir daí as faturas passaram a avolumar-se sem que houvesse pagamentos.

Segundo Gonçalo Santos, a corporação foi solicitando a amortização da dívida ao longo da temporada, mas "nem resposta nos deram".

"No início desta época quando a Académica nos pediu o documento de homologação da Desfibrilhação Automática Externa (DAE) e a respetiva bolsa de utilizadores licenciados solicitámos o pagamento da dívida", explicou.

"Fizeram-nos uma proposta que não aceitámos, por indefinição da data de liquidação total. Ainda fizemos uma contraproposta, que não teve direito a resposta", acrescentou o presidente da direção da corporação.

O dirigente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Brasfemes sublinha que a corporação "nunca expressou indisponibilidade para colaborar na presente época”, tendo apenas “exigido o pagamento de um serviço que já estava feito” e que pretendiam ver liquidado.

"Não esperava esta atitude por parte da direção da Académica e ficámos surpresos. Será que a melhor forma para não pagar é contratar outros", questiona Gonçalo Santos.

No jogo de segunda-feira entre a Académica e o Vitória de Setúbal, disputado no Estádio Cidade de Coimbra, o serviço de cuidados diferenciados já foi prestado pela Cruz Vermelha.

Numa curta declaração, fonte do gabinete de comunicação da Académica disse à agência Lusa que "os compromissos assumidos vão seguir os trâmites normais, numa instituição de bem que honra as suas obrigações".