O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, criticou esta terça-feira a forma como tem sido tratado pelo Conselho de Disciplina da FPF, e criticou os castigos de que foi alvo, alegando que está a ser punido injustamente.

Em entrevista à Sporting TV, o líder leonino recorreu à ironia para exigir que lhe devolvam a dignidade depois de ter sido castigado pelo Conselho de Disciplina.

"As coisas não podem passar impunes e eu espero francamente que o TAD tenha a noção do que se andou a fazer no Conselho de Disciplina (CD). E se já que não me devolvem o tempo que fui castigado, devolvam a minha dignidade e o meu bom nome. Com isto é que se vai denegrindo e desgastando a imagem de uma pessoa... As pessoas já nem sabem porque é que estou castigado! É porque sou um labrego, ou uma coisa qualquer... Tenho uma licenciatura de cinco anos e um Mestrado, chego ao futebol e aprendo que nem à 1.ª classe fui. São todos intelectuais e eu sou um labrego", disse Bruno de Carvalho.

Em relação ao incidente no túnel de Alvalade com o presidente do Arouca, Bruno de Carvalho recorreu a uma notícia do Correio da Manhã para criticar a forma como alguns órgãos de comunicação lideram com a situação.

"Esta brincadeira que o senhor Carlos Pinho e o senhor Joel Pinho fizeram e vem um homicida dizer que quer Bruno de Carvalho preso. Mas andamos a brincar? Isto não tem consequências? E quando eu digo que as pessoas vão ter de pagar por aquilo que me fizeram, isto não é brincadeira. Andam a brincar com as vidas das pessoas", atirou Bruno de Carvalho.

Em relação ao senhor Ricardo Pereira, relator do Conselho de Disciplina. As pessoas não sabem mas eu fui chamado à polícia porque o senhor Carlos Pinho colocou-me um processo-crime e eu em consequência também coloquei um processo crime ao senhor Carlos Pinho", frisou Bruno de Carvalho sobre o presidente do Arouca.

"Este senhor [Ricardo Pereira] é capaz de dizer que eu fiz um depoimento um pouco confuso. Oh sor doutor Ricardo Pereira, então vou tentar descodificar o meu depoimento que de confuso não tem nada. Ele diz assim: Para uma mais adequada contextualização desta factologia, impõe-nos salientar que não era de facto arguido ele manter-se no seu sítio, que é a minha casa, o meu estádio. Não fosse o Bruno de Carvalho ficar no sítio onde permaneceu, na zona de acesso ao estacionamento do estádio. Só isto é de bradar os céus, agora preciso de pedir licença a alguém para estar no meu estádio. Então mas este senhor faz futurologia?", acrescentou Bruno de Carvalho, para depois dar a sua versão dos factos no túnel de Alvalade.

"Caríssimo Ricardo Pereira, saí do jogo extremamente feliz por ter ganho o jogo. Eu fico sempre zen quando o Sporting ganha. O que é que eu pedi? Pedi ao membro responsável da segurança, vulgo Vasco Santos, que falasse com a segurança para trazer o meu pai cá para baixo o mais depressa possível e já expliquei porque é que não subi. Não subi porque estava a Joana a ser assistida lá em cima pelos bombeiros porque se sentiu mal. E daí eu pedir para o meu pai descer, porque se subisse tinha de ir ter com a Joana, e ainda não era do conhecimento da relação", revelou Bruno de Carvalho.

"Claro que estava com o Vasco Santos, nosso chefe de segurança. Quem ouviu os impropréprios do Carlos Pinho foi o ARD Carlos Silva e que ainda por cima acabou agredido pelo Carlos Pinho. As imagens comprovam que quando se estava a aproximar para nós, nós nem estávamos a olhar para ele. Agora foi confuso o que eu disse? Eu sabia que andavam a chamar-me esses nomes há um ano, que era um grande mal criado. Não era nada expectável que o presidente do Arouca aparecesse ali, demorava mesmo uma hora. Agora eu pergunto: o que estavam a fazer dois delegados na zona da flash interview, se era sabido no mundo do futebol que esse senhor me andava a denegrir em todos os estádios?", questionou Bruno de Carvalho.

"Esse senhor só se lembrou que eu lhe cuspi, e apenas depois de três comentadores afectos a um clube rival dizerem isso é que esse senhor se lembrou. Só aí é que o senhor diz esta coisa magnífica: 'cuspiu-me, eu senti e limpei, que era para o meu filho não ver'. E escolheu o meu dia de anos para o fazer. O mais engraçado foi quando eu fui à polícia. Primeiro, relatório da acusação: não cuspiu, expeliu fumo. Ele foi por primeiro na entrevista e depois no processo da justiça desportiva e depois criminal que era cuspo. Não foi cuspo. E o que é que dizia o processo crime? Testemunha do cuspo: Joel Pinho. Então este senhor, que no meu dia de anos, disse que não queria que o filho visse e afinal o Joel Pinho testemunhou, eu cuspi no pai e subiu e não disse na conferência de imprensa. Mas neste momento, no processo crime, é testemunha do cuspo", frisou Bruno de Carvalho.