Bruno de Carvalho reforçou que não vai participar na assembleia-geral do Sporting marcada para este sábado, que pode determinar a sua expulsão de sócio.

Em conferência de imprensa, o antigo presidente dos 'leões' garante que a reunião magna é "ilegal" e recorda o seu percurso no clube, que diz ter culminado na maior vergonha" da sua vida.

"Lutei de corpo e alma, mas ainda hoje sou atacado. Ainda assim, hoje ainda estou de pé. Sonhei que o Sporting fosse nosso, de todos e para todos. Sabia o risco que corria, tanto que alertei sempre os sportinguistas, que como presidente tinha sido obrigado a fazer escolha: entre os interesses ou ficar ao lado dos sportinguistas. A minha decisão foi para a segunda opção, o que teve consequências terríveis para a minha vida pessoal. Sabia que quando me virassem as costas me iriam matar. Pensei que vos tinha comigo e que tinham sonhado tão alto quanto eu, para juntos tornarmos o Sporting num clube tão grande como os maiores. Sempre sonhei, quis e lutei por isso. Mas o sistema conseguiu apanhar-me. Avisei-vos, pedi-vos o apoio, porque eram vocês a minha rede de segurança. Onde estiveram neste ano, onde fui atacado diariamente pela comunicação social e pelos altos poderes deste país, um dos mais corruptos da Europa. Fui atacado por todos e julgado por todos", admitiu Bruno de Carvalho, em declarações reproduzidas pelo jornal Record.

O ex-líder 'leonino' lamentou ainda que a atual direção esteja a “desinvestir nas modalidades” e ao mesmo tempo a “mentir e enganar” os sócios.

"Hoje, olhando de fora, sinto-me desiludido, frustrado e indignado. O clube voltou a perder a sua identidade. Desinveste nas modalidades, não investe nos seus atletas... Tem dirigentes que mentem compulsivamente, enganam e manipulam sócios. Consideram-se acima da lei e dos estatutos. E dizem-no com toda a arrogância. Um clube que não respeita os seus sócios e adeptos. Expulsaram-me por não ter cumprido os estatutos uma vez. Eles fazem o que querem e todos permitem", atira.

"Divulgaram relatório que prejudicou o clube e a SAD. Ninguém fez nada. Foram coniventes ao ataque a alguém. Tudo bem. As pessoas ao fim de um ano de mandato são incapazes de perceber o que se passa no clube. Ninguém diz nem faz nada. Sinto vergonha por esta massa associativa me ter destituído para ter esta direção. Sinto vergonha do atual presidente e órgãos sociais. Sinto vergonha da inércia desta massa associativa, que diz estar desagradada mas que nada faz. Permitem o que se está a passar, depois de tudo o que fiz, de uma direção transparante, com lucros, vitórias... E estar a um dia de ser expulso de sócio, daquele que foi o grande amor da minha vida. É uma vergonha o que se está a passar no clube. Já passou um ano e é uma vergonha ver a inércia de todos vós", indica.

Ainda assim, Bruno de Carvalho garante que não se vai calar, mesmo que seja expulso já este sábado.

"Devem votar, não por mim, mas pelo Sporting. Querem expulsar-me, expulsem! Mas se querem um clube grande, tão grande como os maiores da Europa, não é assim que chegámos lá. Não é com inércia e sem fazer nada. Não é assim. Querem expulsar-me, expulsem! Espero que um dia acordem para o que se está a passar, que percebam o declínio do último ano e que possam reagir. Saudações leoninas e deixo votos sinceros para que o Sporting se una e saia desta inércia e que deixe de ser um clube sem espírito, força, rumo e identidade", finaliza.