O presidente do Sporting voltou hoje a ‘atacar’ os fundos de investimento, ao referir que se trata de entrada no mundo do futebol de verbas que “podem ter a ver com apostas ilegais ou [o tráfico de] drogas”.

“A minha luta não é contra a opção dos clubes de recorrerem a entidades financeiras, mas contra a chegada ao mundo de futebol de dinheiro que não se sabe de onde vem, cujos proprietários não se sabe quem são”, referiu Bruno de Carvalho em entrevista à EFE.

O presidente ‘leonino’ foi mais longe na sua explicação, ao referir que se trata de pessoas com relações “com paraísos fiscais” e que “podem ter a ver com apostas ilegais ou com [o tráfico de] drogas”.

À EFE, Bruno de Carvalho, em conflito com o fundo de investimento Doyen, ainda antes de o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) ter condenado o Sporting neste litígio, disse que “o futebol não pode ser o santuário de todo o dinheiro sujo, só porque precisa dele [de dinheiro]”.

O Sporting foi condenado pelo TAS a pagar à Doyen mais de 12 milhões de euros, acrescidos de juros, pela mais-valia da venda de Marcos Rojo ao Manchester United, bem como 75% de qualquer montante que possa advir para o clube, como consequência do seu direito de 20% de mais-valias em qualquer transferência futura do internacional argentino superior a 23 milhões de euros.

Na entrevista à EFE, Bruno de Carvalho também foi crítico com os empresários, dizendo que “criam ilusões” aos futebolistas, falando-lhes do interesse de grandes equipas, de ordenados astronómicos, gerando instabilidade.

“As regras dizem que os clubes só podem falar com um jogador depois de chegarem a acordo com as equipas em que jogam, mas não se passa assim”, salientou, pedindo uma “vigilância mais apertada” nestas matérias.

Bruno de Carvalho destacou, no entanto, já ter acertado renovações de vários jogadores com o empresário Jorge Mendes e disse acreditar que “mais tarde ou mais cedo” farão algum negócio conjunto.