Numa altura em que tem sido associado a uma possível transferência para o Manchester City, Bruno Fernandes foi entrevistado para o podcast "De Cadeirinha" e deixou rasgados elogios ao futebol praticado pela equipa de Pep Guardiola. O médio do Sporting falou ainda do Liverpool, da admiração por Xavi e Iniesta e, como não podia deixar de ser, Jorge Jesus.

Ser treinador: "Gosto e tenho curiosidade sobre as coisas. Gosto de ensinar os mais novos: quando chegam à equipa, gosto de dar-lhes umas dicas. Não é que seja muito velho ou que saiba muito mais, mas é algo que gosto."

Elogios ao City e ao Liverpool: "Guardiola tem tirado o melhor dos seus jogadores. Sabia que ia ser difícil em Inglaterra, mas adaptou-se.  É um City que joga, mais ou menos, à maneira do Barcelona, mas não igualzinho, porque o campeonato é diferente, a intensidade é diferente, a agressividade é outra, a competitividade é outra e ele soube mudar isso. Gosto, também, do futebol do Liverpool, mais direto e ofensivo. Talvez menos organizado mas mais intenso. O City, sem a bola, tem a intensidade dos 11, na pressão encosta o adversário a um canto e rouba a bola; o Liverpool é pelas individualidades, com um meio-campo agressivo e três jogadores na frente que são letais."

Equipa de eleição em 2018/19: "Não tenho uma. Gosto de ver futebol, independentemente de ser bom ou não. Vi um Chaves-Vitória de Setúbal... Jogo intenso, de luta e de duelos. Vi o City e o Liverpool, pois era quem interessava para ver quem seria campeão. Gosto de ver o bom futebol do City, mas também a intensidade do Liverpool. São duas equipas que me cativam e este ano marcaram a diferença. Também o Tottenham: ninguém dá muito valor, mas acabam por ter muita qualidade. Tem um treinador que não foi ao mercado... Com a equipa que tinha, está na final da Champions e isso é de louvar. Não teve o 'budget' do Guardiola ou do Barcelona."

Xavi e Iniesta como referências: "Digo aos meus colegas: a primeira opção de passe por vezes não é a melhor. Muitas vezes há um movimento que não tem de ser respeitado, porque arrasta jogadores e cria um espaço melhor para outro colega. Nisso sou como o Xavi e o Iniesta: temos de fazer andar a bola e não andarmos nós com a bola. Sou melhor no passe e na decisão do que a conduzir. Isso desgasta as equipas. Obriga-as a correr 20, 30 metros para um lado, 20, 30 para outro e passado um tempo há um ou outro jogadores que já não corre - e abre espaços."

Jorge Jesus: "Com Jesus, no ano passado, jogava muitas vezes ao lado do William. Muitas vezes o William fazia uma jogada de ataque e ficava na frente. Eu fazia a cobertura e o Jesus chamava-me e dizia que eu tinha essa capacidade. Nos jogos em casa metia-me mais atrás para termos maior capacidade ofensiva. Desconfiava [das minhas capacidades defensivas] mas foi-lhe passando."