Depois de ter liderado o campeonato com larga vantagem, o Benfica tem escorregado várias vezes na segunda volta, tendo somado apenas uma vitória nos últimos dez jogos. Na antevisão ao jogo com o Rio Ave, marcado para esta quarta-feira, Bruno Lage rejeita que o problema esteja numa eventual falta de liderança dentro de campo.

"Entre o ganhar e o perder houve uma coisa que desceu, que foi o número de golos. Responsabilizar os nossos jogadores? Não, responsabilizar tudo. Até dois penáltis falhámos nessa fase. Não é olhar apenas para o marcar ou não marcar, o sofrer ou não sofrer. Não marcámos tantos golos como costumávamos marcar. No jogo do SC Braga na Luz, uma primeira parte muito boa, com oportunidades. Aos 46 minutos, uma bola parada e um golo. Mudou completamente o jogo. O mais importante é orientarmos o nosso trabalho, com foco e uma energia muito grande para que o próximo jogo seja uma oportunidade para voltarmos a aparecer como equipa", começou por referir o treinador das 'águias' em conferência de imprensa.

Questionado sobre a ausência de Samaris dos últimos jogos, o técnico diz ser "uma questão de opção".

"Entendo perfeitamente a pergunta, e agora faço eu uma, que tenho boa memória e sou um indivíduo coerente. Dos últimos quatro jogos, sabe em quantos jogos o Samaris esteve em campo? Esteve em dois. Com Moreirense e V. Setúbal. A questão é da envolvência de toda a gente, de todos os jogadores que vivem o Benfica de forma apaixonada. O Grimaldo vinha de uma série fantástica e está no balneário a chorar por amanhã [quarta-feira] não poder dar o contributo à equipa, ou o Pizzi, que tem jogado sempre, tem muitos anos de Benfica, títulos, marca 28 golos esta época, um médio que marca acima de 20 golos, acha que falta liderança à equipa? Não é apenas um jogador, olhar para quem está dentro ou fora. Todos já estiveram dentro, todos já estiveram fora, com a ambição que temos e energia positiva. É nesse sentido que temos de orientar a nossa atenção para o jogo de amanhã", explicou.

"Se esperava mais tolerância por parte dos adeptos? A paixão é isso. Já no ano passado referi esse tema, viver apaixonado é isso. Sinto apoio das pessoas, claro que não estão satisfeitos, nós também queremos fazer mais e melhor. Toda a gente está empenhada para fazer mais e melhor e em dar alegrias a estas pessoas. Nunca senti falta de apoio dos adeptos e aqui é importante perceber o que é o momento - que acontece e que não tem nada a ver com o futebol -, e o verdadeiro adepto que gosta de futebol e apoia a equipa", vincou.