No clima depressivo em que a equipa do Sporting parece ter mergulhado, com a terceira derrota consecutiva, o momento mais feliz da noite terá sido o pedido de casamento de um adepto leonino à sua namorada, cujo ‘sim’ despertou os aplausos do estádio.
Já o filme dentro do relvado esteve longe de ser bom para os leões. Quando estavam decorridos apenas três minutos, um livre de Orlando a quase 30 metros da baliza de Rui Patrício surpreende o guardião, que volta a deixar má imagem no lance. Uma monumental assobiadela acompanhava a festa dos estudantes, enquanto os nervos dos adeptos do Sporting ficavam em franja. Pior início era impossível.
As estreias de Pedro Mendes e Pongolle no onze mostraram-se acertadas, pois cotaram-se como duas das melhores unidades leoninas. No entanto, nem com uma ‘mini-revolução’ operada por Carlos Carvalhal após a goleada no Dragão, a equipa conseguiu reagir perante uma Académica bem estruturada por André Villas-Boas, naquele que era um duelo entre o técnico escolhido por José Eduardo Bettencourt e a alegada primeira escolha para suceder a Paulo Bento.
Os leões acusaram o golo sofrido e não conseguiram livrar-se dos nervos que prenderam por completo a dinâmica da equipa. Contudo, a solidez e concentração dos estudantes – sempre mais focados no contra-ataque – abriu uma brecha aos 24 minutos. João Moutinho fez o empate com um belo desvio na pequena área a um excelente cruzamento de João Pereira.
O golo despertou a equipa para uma ponta final na primeira parte mais interessante, mas sem conseguir criar muito perigo para a baliza de Ricardo, à excepção de um remate de Pongolle (26’), bem travado pelo guardião da Académica.
Após o intervalo, Carlos Carvalhal prosseguiu com as mexidas , mas a hegemonia territorial fez-se mais pelo coração do que com a cabeça. Liedson, aos 53’, teve um lance de génio a livrar-se de três defesas, mas o tiro do Levezinho esbarrou uma vez mais no guarda-redes dos estudantes.
E se o primeiro golo tinha sido um balde de água fria em Alvalade, o segundo tento dos estudantes surgiu no melhor período do Sporting. Aos 59’, João Ribeiro aproveitou todo o espaço concedido pela defesa do Sporting e esboçou com Emídio Rafael um contra-ataque letal. Estava feito o 2-1, desta feita, Rui Patrício nada podia fazer num belo contra-ataque dos estudantes.
A desvantagem toldou as já escassas ideias do Sporting, demasiado dependente do esforço de João Moutinho e Liedson. Os leões queixaram-se ainda da actuação de Pedro Henriques, que não terá visto um alegado puxão a Saleiro já nos minutos finais.
Os estudantes suportaram o assalto final do Sporting e protagonizam a primeira surpresa do Carnaval. E mesmo no último instante do jogo, Saleiro rematou após falha de Ricardo, mas a bola foi salva sobre a linha por Amoreirinha, a que se seguiu o apito final.
Não há finais felizes em Alvalade, que despede-se da equipa com assobios e lenços brancos.
Comentários