Carlos Carvalhal, treinador do SC Braga, analisou o triunfo sobre o FC Porto em partida a contar para a 31.ª jornada da I Liga.

Análise

"As coisas têm uma lógica de construção, não nascem feitas. É impensável ter logo resultados a vender os jogadores que vendemos, a assumir jogadores que jogavam intermitentemente, não é possível. Não é do nada que se coloca uma equipa a funcionar. As nossas equipas têm tendência para crescer durante a época. Fizemos uma transformação de sete ou oito jogadores para colocar muitos jovens e outros que não jogaram tanto. É normal ter caído numa ou noutra prova. Depois a equipa foi crescendo. É esta a explicação. Agora, a estalar os dedos… Deixem-se de contratar treinadores e contratem mágicos. O David Copperfield podia ser um grande treinador e não é.»

Sporting de Braga mais defensivo?

"Somos defensivos em função da qualidade do adversário. O adversário tinha quatro jogadores atrás. Mantivemos o 4-4-2, tentámos sempre manter a pressão com o Abel e com o Horta. Não o conseguimos em pleno, mas conseguimos. Se o jogo pedisse transição, tínhamos de as fazer. Se não pudéssemos, ficávamos com a bola e levávamos o jogo para a largura. Temos um mérito tremendo. O FC Porto não perdia há 58 jogos e será por alguma coisa, de certeza."

Construção de jogo

"As coisas têm uma lógica construtiva. Há uma lógica de construção. As coisas não nascem feitas. Não é possível colocar miúdos e menos utilizados a jogar quinta e domingo. Conseguimos que as nossas equipas fossem em crescendo. É impensável fazer uma transformação, com miúdos da formação e outros que não jogavam tanto. Na altura, em dezembro, não tínhamos andamento. Quando o calendário serenou, a ideia de jogo foi mais bem assimilada, os miúdos cresceram, os mais intermitentes foram assumindo. Para isso que se contratem mágicos e não treinadores."

Declarações de Ricardo Horta, autor do golo do Braga que derrotou o FC Porto na ronda 31 do campeonato.

Sobre o jogo

"Sabemos da qualidade do FC Porto e dos jogadores. Tínhamos a nossa estratégia e correu bem. Três pontos merecidos pela entrada. A vitória assenta bem. O FC Porto teve um jogo na quinta e acusou um bocadinho a fadiga, mas foi um Braga a procurar a vitória e de olhos postos na baliza. A vitória assenta bem. Este clube joga sempre para ganhar. Claro que não jogamos sozinhos, algumas fases são menos boas, outras melhores. O FC Porto vinha de 58 jogos sem perder, algo inédito, e nós conseguimos ganhar. Por isso é que o futebol é bonito."

Marcar depois de uma fase menos positiva

"Todos os jogadores têm fases. O Salah não marcava há 16 ou 17 jogos. Felizmente conseguir fazer o golo e ajudar a equipa. Está a ser uma carreira bonita. Cem golos não são todos que fazem. Não sou avançado puro, mas sempre me habituei a fazer golos. Fazendo golos e ajudando a equipa, combinação perfeita."