O ainda presidente do Marítimo, Carlos Pereira, disse hoje que vai renunciar à SAD do emblema madeirense da I liga de futebol, após ter perdido as eleições para presidir o clube para Rui Fontes.
Rui Fontes, de 68 anos, que presidiu o emblema insular de 1988 a 1997, venceu na sexta-feira as eleições para a presidência do Marítimo, com 65% dos votos (17.629), batendo Carlos Pereira, presidente nos últimos 24 anos, que conseguiu 35% (9.464).
“Quanto à SAD do Marítimo já está a ser preparada a renúncia para poder passar tranquilamente. O corte será a 31 [de outubro], porque não podemos esquecer que com a minha renúncia é preciso convocar eleições para a SAD, portanto tudo isto demorará mais um pouco, mas podem neste momento e de forma informal integrar o departamento de futebol para fazer um acompanhamento de imediato, não há nenhum entrave da nossa parte”, afirmou Carlos Pereira, que tem mandato na SAD maritimista até fevereiro de 2022.
A renúncia do dirigente eleito em 1997 ficou assente no que defendeu ao longo da campanha, recusando uma “gestão bicéfala”.
“Se não concordava antes, não concordo agora. Sempre disse que não era um problema, mas sim a solução e a mais rápida possível”, referiu, enfatizando que a gestão será feita até a passagem do testemunho e que depois “o Marítimo continua”.
“Quanto às empresas do universo Marítimo, incluindo SGPS (sociedades gestoras de participações sociais), que são detidas pelo Marítimo, mas que têm de ter gestores também já estou a preparar a renúncia a todas elas, o que também foi transmitido ao presidente da AG na noite eleitoral, incluindo o Marítimo Andebol SAD”, destacou.
Segundo o presidente dos últimos 24 anos, “há que aceitar as coisas como elas são e fazer o melhor para o clube”, tendo revelado que não ficou surpreendido pela margem que saiu derrotado.
“Não fiquei surpreendido. Eu senti que as pessoas estavam desgostosas. Não reclamavam do trabalho que eu fiz nos últimos 24 anos pelo Marítimo, reclamavam sim dos resultados dos últimos três anos. Foi uma opção que tomámos. Património sim, descer [de divisão] não”, sublinhou, referindo que “se as pessoas queriam mudar, está mudado”.
Carlos Pereira garante que “tudo será feito o mais rapidamente possível e com muita transparência”, referindo que está a aguardar a auditoria que Rui Fontes afirmou realizar ainda em campanha.
“As contas da SAD foram aprovadas na sexta-feira. Já estão auditadas, logo têm revisão”, frisou.
Sobre o dia da tomada de posse, o ainda presidente revelou que tinha ficado acordado com a lista encabeçada por Rui Fontes ainda antes das eleições “que devia ser em 04 de novembro”, garantindo que “tudo será feito em sintonia com a outra lista”.
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