O Desportivo de Chaves recebeu na sexta-feira a visita de 21 utentes da Associação Flor do Tâmega, que puderam privar de perto com os jogadores e treinador do clube da I Liga de futebol do qual são adeptos confessos.
A sessão de trabalho do Desportivo de Chaves desta manhã começou de forma diferente. Pela primeira vez, os utentes da Associação Flor do Tâmega, com sede na cidade transmontana, que já tinham visitado as instalações do clube, puderam privar de perto com os seus “jogadores favoritos”.
Entre cumprimentos, troca de sorrisos e de algumas ofertas, tempo houve, ainda, para pisar o relvado do Complexo Desportivo Francisco Carvalho e participar, de forma direta, no treino da ‘turma’ às ordens de Vítor Campelos.
Para Paulo Félix, adepto confesso dos ‘valentes transmontanos’, foi uma manhã especial.
“Gostei muito desta iniciativa, de ver os meus colegas a brincar com a bola. Acho que deviam fazer este tipo de iniciativas mais vezes”, frisou em declarações à agência Lusa.
Quanto às exibições do clube que regressou, esta época, ao principal escalão do futebol nacional, só tem elogios a tecer.
“Acho que se está a portar muito bem e o ‘mister’ Vítor Campelos está a fazer uma boa gestão do plantel. Embora haja muitas baixas, está a fazer um bom trabalho”, frisou.
Já o colega Marco Rodrigues, entusiasmado por poder “trocar umas bolas” com o médio português Guima, lançou um repto ao clube.
“Gostava de vir cá muitas vezes porque gostei muito de jogar futebol”, vincou.
Também Liliana Loureiro, que disse ter gostado de conhecer o treinador e “de poder jogar com os jogadores”, é da mesma opinião.
“Gostava que houvesse mais oportunidades para nós, que envolvessem todos os meus colegas, fora da instituição”, reiterou.
Perante este ‘feedback’ dos utentes, Vítor Andrade, diretor da Associação Flor do Tâmega, que apoia 26 adultos com “multideficiência", afirmou que a iniciativa se revelou “gratificante”.
“Eles adoram esta inclusão que nós tentamos proporcionar. São muito emocionais, muito carinhosos, adoram este tipo de convívio e esta ação, a qual agradeço ao Desportivo de Chaves, é muito gratificante para eles”.
Contudo, para o técnico Vítor Campelos, foi o grupo de trabalho quem mais “ganhou” com a iniciativa.
“Ficamos de coração cheio ao ter a oportunidade de conviver com eles e jogar um pouquinho de futebol. Uma palavra de apreço para todos aqueles que trabalham diariamente com eles, [que] são os verdadeiros heróis. Nós só fazemos aquilo que é a nossa obrigação, estarmos sempre ao dispor da sociedade, porque também acho que temos esse dever”, afirmou.
O guarda-redes Paulo Vítor partilha da mesma opinião, até pela proximidade que já teve com um dos utentes, afirmando ser “bom ter o carinho” destes, tal como retribuir o mesmo.
“Este tipo de contacto com estas pessoas que têm alguma dificuldade [faz-nos] refletir muito na vida. É importante, também, para recarregar energias e dar apoio àquelas pessoas que precisam e merecem o nosso apoio. Para mim, a presença deles é muito importante”, concluiu.
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