O Boavista tem um passivo de 32,6 milhões de euros, segundo o relatório e contas do clube relativo ao período entre agosto de 2007 e 31 de dezembro de 2013, aprovado na quinta-feira em Assembleia-Geral.

A assembleia, fechada à comunicação social, contou com 84 associados e o documento acabou por ser aprovado "por unanimidade e aclamação", segundo destacou o presidente "axadrezado", João Loureiro, em declarações feitas à agência Lusa.

Na introdução ao mesmo relatório, o dirigente refere que o Boavista aderiu ao PER (Processo Especial de Revitalização) em novembro de 2012 e que no final desse ano o passivo era de "65,3 milhões de euros".

João Loureiro decidiu nessa altura regressar ao clube e candidatar-se à presidência. Diz que o fez porque pensou que "podia estar em causa a sobrevivência do Boavista".

Foi eleito, tomou posse em 2 de janeiro de 2013 e a sua direção conseguiu, em setembro, "ver aprovado pelos credores e homologado judicialmente um plano de recuperação".

Graças a esse plano "difícil e muito exigente, o passivo global baixou quase 33 milhões de euros".

Loureiro disse à Lusa que "se não tem havido a aprovação do PER, o Boavista neste momento já não existia, pura e simplesmente".

"As pessoas podem não ter tido bem a noção, mas nós estivemos a um passo de desaparecer", realçou. Garante que foi este o principal motivo porque decidiu regressar ao clube, cinco anos depois de ter decidido retirar-se.

"As pessoas podem pensar o que quiseram. Basta pensar no PER", insiste.

O dirigente considerou ainda que a assembleia desta quinta-feira "é histórica", porque a última que vez que tinha havido aprovação de contas foi no final do seu último mandato, em 23 de outubro de 2007.

"Desde então para cá houve apresentação de contas, mas não chegou a haver aprovação de contas", reforçou. O relatório aprovado "credibiliza a instituição".

O dirigente salientou ainda que o passivo do clube vai ser pago durante "12 anos e meio".

"Desde outubro de 2013 que o clube está a pagar mensalmente as prestações e até agora não falhou nenhuma, nem vai falhar", acrescentou.

No relatório, o líder "axadrezado" refere que, "mercê da enorme redução do passivo", o Boavista tem hoje "uma situação líquida positiva de entre três a quatro milhões de euros".