Os clubes que reclamam a destituição "por justa causa" do presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Mário Figueiredo, acusam o executivo do organismo de mentir nas informações que transmite acerca do processo em curso.
Em nota enviada para a Agência Lusa, 14 subscritores do requerimento de convocação de uma Assembleia-Geral extraordinária referem que a direção da Liga "mente neste tipo de informações, tentando manipular a opinião pública e pretendendo, de modo primário, atingir a coesão do grupo de clubes, todos eles apostados em repor a dignidade no futebol nacional".
Segundo o mesmo comunicado, o requerimento foi subscrito por 14 clubes e não por 13, conforme informação da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) prestada na quinta-feira, pois nele constam as assinaturas dos presidentes do Académico de Viseu e do Portimonense, emblemas que se juntam aos anteriores 14, dos quais Penafiel e Olhanense não assinaram "por meras questões logísticas".
O grupo contestatário reúne, agora, 16 emblemas, pois Académico de Viseu e Portimonense (II Liga) juntaram-se a Rio Ave, Sporting de Braga, Estoril, FC Porto , Belenenses, Académica, Vitória de Guimarães, Vitória de Setúbal, Nacional, Olhanense e Arouca (I Liga) e União da Madeira, Tondela e Penafiel (II).
"Em suma, mais uma prova do descrédito a que há muito nos habituou o executivo de Mário Figueiredo", lê-se no comunicado, onde os signatários sublinham que a atual direção "não apresenta contas aos clubes há dois anos, nem tão pouco o orçamento da época em curso".
Segundo fonte do G16, os fundamentos do requerimento agora apresentado são os mesmos do anterior, rejeitado em finais de novembro pela Mesa da AG, porque alguns dos signatários não estavam habilitados para o fazer, por não terem as quotas em dia.
Nesse e neste requerimento, o presidente da Liga é acusado de proferir acusações com gravidade contra o ministro do Desporto, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol e um administrador de empresa com relações comerciais com diversos clubes, assim como alude a uma agressão de Mário Figueiredo a um funcionário de um centro comercial, em agosto.
Relativamente à colocação de publicidades nos estádios, que a Liga disse, na quinta-feira, serem os únicos argumentos da contestação, o requerimento a que a Lusa teve acesso é longo na citação de vários casos, concluindo que o presidente da Liga teve o "intuito de coagir os clubes a consentir que a Liga exerça um pretenso direito que não tem".
A esse propósito, no comunicado enviado à Lusa, os signatários consideram "um sintoma evidente da má-fé" da Liga "o facto de este organismo e o seu presidente insistirem na atoarda de que o único fundamento dos clubes será a questão da publicidade estática. É uma tentativa inapta de reduzir um problema de dignidade a questões acessórias".
"O que nos move é de um alcance muito maior. É o desígnio, há muito tornado público, de acabar com este clima de indignidade e de por cobro aos comportamentos conflituosos e lesivos do futebol que têm sido a imagem de marca desta Liga e do seu presidente", conclui a nota.
Segundo o descrito no requerimento a que a Lusa teve acesso no final de outubro, as condutas de Mário Figueiredo são "muito graves violações dos deveres gerais de um presidente da Liga, em particular do dever de lealdade para com os seus associados, do dever e respeito pelos regulamentos e do dever de zelar pelo bom funcionamento e o bom nome" da instituição.
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