Quando a primeira liga portuguesa de futebol ainda não tem patrocinadores, os emblemas das competições profissionais pretendem negociar o setor das apostas online diretamente com o Governo, tendo como objetivo obter receitas na ordem dos 10 milhões de euros anuais devido ao uso dos nomes dos clubes pelas casas de apostas.

A ideia resulta de uma forma diferente de negociar sem colocar em causa as receitas fiscais e os princípios da equidade, enquadrando o assunto dentro dos interesses dos clubes, Governo, casas de apostas e Liga de Futebol.

O Governo já demonstrou abertura para discutir o assunto, depois da legislação ser aprovada já esta sexta-feira no Parlamento. Marques Guedes, ministro que tem a tutela do desporto, ouvirá os operadores, clubes de futebol, Comité Olímpico, apostadores, casinos, Santa Casa para fazer as alterações necessárias ao documento. Por agora, a legislação terá de ser analisada e aprovada pela União Europeia, um processo que demorará quatro meses.

Para o Governo, este setor pode render anualmente cerca de 20 milhões de euros em receitas fiscais e ainda garantir postos de trabalho, algo de que não querem abdicar. Segundo Mário Figueiredo, presidente da Liga de Futebol, afirmou em entrevista ao Diário Económico, no dia 27 de junho, “o mercado das apostas online pode render um total de 900 milhões de euros em Portugal”.