Sérgio Conceição deu uma entrevista ao Canal este sábado, onde falou de tudo. Sobre as mudanças na equipa, à aposta nos jovens, o técnico abordou a questão de Nakajima e o porquê de o japonês só agora estar a ter minutos. Conceição falou também das polémicas do futebol português e do futebol bonito.
A mudança na equipa para jogadores mais criativos: "Mudei porque senti que a equipa necessitava de mais criatividade, não só na zona de criação mas também numa primeira e segunda fase de construção de jogo. O futebol tem muito do que é a liderança de um balneário e uma das minhas características é ser justo e genuíno."
Duplo pivot defensivo: "Usei o Danilo e o Loum num jogo importante [Boavista-FC Porto], após uma semana em que houve problemas disciplinares, e ambos fizeram uma exibição muito positiva. Perante prestações positivas só tenho de dar continuidade, porque há o mérito de agarrar a oportunidade dada.. Num jogo recente usámos o Otávio e o Uribe como duplo pivot e o Nakajima a 10 e foi um jogo que permitimos zero ao adversário. O importante é perceber o que fazer com bola e sem bola. Claro que depois há a característica de cada um, que é diferente. Não posso pedir ao Marega, o que peço ao Luis Díaz e ao Nakajima. E vice-versa"
Pouca aposta em Nakajima: "O Nakajima está a fazer um trabalho sem bola bola diferente daquele que fazia há dois meses. Percebeu que jogar no Portimonense e na Arábia é diferente de jogar no FC Porto. Há regras que têm de ser respeitadas, como o compromisso defensivo e ofensivo
Pepe disse ao OJOGO que Diogo Leite era o melhor central português: "É aquilo que ele pensa e ele diz exatamente o que pensa. O Diogo Leite tem jogado, é um central de elevadíssima qualidade. Como o Diogo Queiroz, que está muito bem na Bélgica. Ter um central canhoto é uma vantagem para a forma como jogamos e que depende muito das variações rápidas".
Eliminação da Champions: "No jogo da Luz tínhamos sete jogadores novos em relação à época anterior. Não é de um dia para o outro que as mudanças acontecem, é preciso automatizar situações. O futebol europeu é diferente do sul-americano. Os jogadores chegam aqui e encontram uma realidade diferente do que se passa noutros países e noutros campeonatos. Daí alguns problemas que tivemos no início e que nos custaram a eliminatória da Liga dos Campeões com o Krasnodar. Há demérito também meu, porque no fim dos jogos faço a minha avaliação e vejo que também errei."
Início de construção desde trás: "Não gosto de modas e acho que há uma certa moda hoje em dia. O nosso início de construção tem de ser importante para desmontar o adversário e chegar à baliza para fazer golos. Não saio dessa forma [desde trás, com o guarda-redes a fazer parte do início da jogada] porque é mais bonito do que o futebol direto. O mais bonito é fazer golos, são os resultados. Vivemos de resultados na vida. Mas por ser resultadista não quer dizer que não goste de jogar bem e não goste de proporcionar espetáculos bonitos ao público. Nós temos inúmeras goleadas."
Aposta em jogadores jovens: "No Vitória de Guimarães, o Raphinha foi chamado por mim, assim como o Tyler Boyd e o Xande Silva. Um jogador, tenha 17 ou 37 anos, eu olho é para a sua qualidade. Não faço favores a ninguém, não faço o que é mais bonito ou o que me dão melhor imagem. Se chamo um jogador à equipa principal, é porque ele tem qualidade para lá estar"
Polémica com treinadores sem o IV nível: "Tive a minha formação de treinador e foi muito exigente e produtiva. Tiras muitas coisas, porque jogar é diferente de treinar. A Federação tem investido na formação de treinadores e acho isso muito importante. Eu também comecei no Olhanense sem o IV nível, não acho que isso tenha a ver com competência para se treinar uma equipa."
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