Este resultado é justificado pelo Benfica com o custo adicional de três milhões de euros pagos à Euroárea, relacionado com obrigações decorrentes do acordo, hoje conhecido através do documento, estabelecido com aquela empresa para a resolução definitiva de uma dívida.

Essa dívida remonta a 1999, durante a gestão do antigo presidente Vale e Azevedo, na sequência do diferendo relacionado com os terrenos da urbanização Sul do Estádio da Luz, em Lisboa, e à Quinta da Trindade, no Seixal, e que se arrastou deste então nos tribunais.

O documento foi aprovado na reunião magna realizada no Estádio da Luz, em Lisboa, com 1.487 votos favoráveis, 106 abstenções e nenhum voto contra.

No exercício anterior, que compreendeu 11 meses de actividade por se ter ajustado o exercício económico à época desportiva do futebol, o Benfica registou um resultado líquido negativo de 1,120 milhões de euros comparativamente a 1,748 milhões de euros deste último exercício.

De destacar neste, o montante de 24,997 milhões de euros dos proveitos operacionais, o que representa um aumento de 3,602 milhões em relação ao exercício de 2007/08, que corresponde a 16,8 por cento, resultado para o qual contribuiu especialmente o aumento de 1,539 milhões da rubrica de patrocínios e publicidade.

Merece realce igualmente a melhoria verificada quer nos resultados operacionais, que registaram um aumento de 512 por cento, quer nos resultados correntes, os quais apresentam valores positivos, respectivamente de 1,598 milhões de euros e de 1,027 milhões.

Um dado relevante nos proveitos operacionais tem a ver com a receita da quotização, que ascendeu neste último exercício a 12,693 milhões de euros, superior em 2,5 por cento ao exercício de 2007/08, apesar da má época desportiva da equipa de futebol.

Do lado dos custos operacionais, registou-se um aumento de 10,7 por cento, verificando-se na rubrica "custo da mercadorias vendidas e consumidas" um crescimento de 195,1 (240.000 euros), devido à exploração da venda de "merchandising", bem como um crescimento de 16,5 por cento dos custos com pessoal, justificado com a integração de doze funcionários da ex-loja TBZ.

Em anexo ao balanço e à demonstração dos resultados extraordinários, a rubrica custos e perdas assinala o montante de cerca de três milhões de euros pagos pelo Benfica em "multas e penalidades", sem se especificar a que se referem, quando no exercício anterior o clube pagou apenas cerca de 9 mil euros.