O campeão Benfica fez um percurso quase perfeito na primeira volta da I Liga portuguesa de futebol e fechou-a seis pontos à frente do FC Porto, ‘prometendo’ um ‘bis’ que não consegue desde 1983/84.

Após uma pré-época preocupante e uma razia no 'onze’ que tudo ganhou em 2013/14, os ‘encarnados’ superaram as melhores expetativas, somando 15 vitórias e apenas um empate e uma derrota, num aproveitamento de 90,2 por cento.

O Benfica liderou o marcador, em algum momento, em todos os jogos, incluindo no 1-1 com o Sporting e no 1-2 em Braga, com um futebol muitas vezes mais pragmático do que com ‘nota artística’, mas em clara subida exibicional.

Os ‘encarnados’ venceram os últimos nove encontros e não sofrearam golos nos derradeiros sete, incluindo um marcante 2-0 no Dragão, com um ‘bis’ de Lima, a fazer lembrar os de César Brito (1990/91) e Nuno Gomes (2005/06).

O jovem Talisca foi a revelação e resolveu, individualmente, muitos problemas no início da época, totalizando nove golos, num percurso em que começou como segundo avançado e, depois, recuou para substituir Enzo Perez, que se depediu em dezembro.

A par do jogador ‘canarinho’, destaque para as prestações de outros dois reforços chegados à Luz ‘via’ Brasil, os veteranos Julio César, que tem feito a diferença na baliza, e Jonas, um excelente substituto de Rodrigo, sem esquecer Eliseu e um Samaris que se vai adaptando às exigências de Jesus.

A equipa tem, porém, sido sustentada, sobretudo, pelos jogadores que transitaram da época passada, nomeadamente Luisão, Maxi Pereira, Salvio e o ‘mágico’ Nicolas Gaitán, o “jogador mais valioso” da primeira volta, mais Jardel ou André Almeida, que ganharam protagonismo.

Os ‘dragões’ deram ‘carta-branca’ ao espanhol Julen Lopetegui e são segundos, mas os bons resultados só agora começam a aparecer, no campeonato. Entretanto, já ‘voaram’ 11 pontos, cinco face aos principais rivais.

A derrota caseira com o Benfica deixou os ‘dragões’ a seis pontos, mas o FC Porto não desistiu e venceu os últimos quatro jogos, mantendo-se na corrida a não perder dois campeonatos consecutivos – já não sucede desde o período 1999/2002.

Jackson Martinez, autor de 14 golos, tem sido a principal figura, a par de Brahimi e Oliver, este um dos poucos espanhóis que tem correspondido - em oposição à contratação ‘milionária’ Adrian Lopez -, e dos laterais Danilo e Alex Sandro. Tello, Casemiro e Herrera também merecem positiva.

A fechar o pódio, surge o Sporting, que se assumiu como candidato, mas cedo começou a comprometer a candidatura e quase não sobreviveu ao ‘conflito’ entre o treinador Marco Silva e o presidente Bruno de Carvalho.

As trocas de palavras, via imprensa e redes sociais, quase redundou em rotura, mas tudo serenou e o Sporting só segue atrás de Benfica e FC Porto, num trajeto marcado pelo regresso feliz de Nani, que tem sido a ‘estrela’ da companhia.

A quatro pontos dos ‘dragões’ e 10 das ‘águias’, os ‘leões’ dificilmente poderão acabar com uma seca que se prolonga desde 2001/02, até pelas dificuldades que a equipa enfrenta, consecutivamente, nos jogos caseiros com equipas inferiores.

Em ‘grande’, a dois pontos do Sporting, está um sensacional Vitória de Guimarães, de Rui Vitória, que assenta numa série de jogadores lusos de qualidade, de André André a Hernâni, passando por João Afonso, Alex ou Tomané.

Os vimaranenses já somam 34 pontos e seguem à frente do vizinho Sporting de Braga (quinto, a três pontos), de Sérgio Conceição, que tem sido bem mais forte em casa, onde cometeu a proeza de fazer ‘tombar’ o Benfica, do que fora.

Mesmo tendo passado por um período complicado, o Belenenses, de Miguel Rosa e Deyverson, é sexto e tem a manutenção assegurada, tal como os clubes que o seguem, o Rio Ave, o recém-promovido Moreirense, que tem seis jogadores com 17 jogos disputados, o Paços de Ferreira e o Estoril-Praia.

Fora da primeira metade, Marítimo (11.º) e Nacional (12.º) têm dececionado e estão muito longe da Europa, mas, pela sua qualidade, estão fora da luta pela manutenção, que se jogará, certamente, entre as últimas seis equipas da tabela.

Boavista, Arouca, Vitória de Setúbal e Académica estão, para já, acima da ‘linha de água’, mas ainda não mostraram qualidade para fazer descansar os adeptos, enquanto Penafiel e Gil Vicente seguem nos dois últimos lugares e são as duas únicas equipas que já mudaram de treinador.